Ensino precisa acima de 200 mil professores
São necessários 200 mil professores para que cerca de dois milhões de crianças em idade escolar possam ser integrados no sistema de ensino
O secretário de Estado para o Ensino Geral, Joaquim Cabral, afirmou ontem que o país necessita de mais de 200 mil professores para reduzir os cerca de dois milhões de crianças em idade escolar que se encontram fora do sistema oficial de ensino. Em declarações ao Jornal de Angola, Joaquim Cabral indicou que existem actualmente 177 mil professores do ensino geral, número insuficiente para fazer face ao aumento vertiginoso da população estudantil.
O país tem cerca de 177 mil professores e necessita de mais de 200 mil para reduzir os cerca de dois milhões de crianças que se encontram fora do sistema normal de ensino, afirmou ontem o secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral.
Joaquim Felizardo Alfredo Cabral avançou ao Jornal de Angola que existem muitas obras de infra-estruturas escolares paralisadas, que se forem recuperadas poderão absorver boa parte dessas crianças e melhorar a qualidade de ensino nas escolas dos diferentes níveis de ensino.
“Temos muitas obras paralisadas. Se conseguirmos recuperar boa parte dessas infra-estruturas estaremos em condições de reduzir os cerca de dois milhões de crianças em idade escolar que se encontram fora do sistema de ensino”, disse.
De acordo com o governante, há muitos problemas no interior do país, nas capitais e zonas periurbanas das províncias, onde ainda há muitas crianças que assistem aulas debaixo de árvores e em locais inadequados, por carência de escolas.
“Assiste-se a um aumento vertiginoso da população estudantil e fraca capacidade do sector em responder à demanda. Temos muitas crianças fora do sistema normal do ensino e até final deste ano o número poderá aumentar significativamente por carência de professores e infraestruturas de ensino”, disse.
Joaquim Cabral explicou que o Ministério da Educação trabalha no sentido de melhorar o quadro actual. Lembrou que, em 2016 haviam 17.028 escolas do ensino geral, sendo 1.074 do II ciclo do ensino secundário, 2.608 do I ciclo e 13.346 escolas do ensino primário.
“De 2016 a 2017 houve um esforço suplementar, porque conseguimos concluir algumas escolas que estavam em construção. Portanto, em 2017 houve um incremento de mais 200 escolas no ensino primário. No Primeiro Ciclo, o crescimento foi de 100 escolas e no II ciclo registamos um aumento de mais 12 estabelecimentos escolares”, frisou.
O secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral destacou as províncias do Cunene, Moxico e Malange, onde muitas escolas não funcionaram por falta de professores.
Joaquim Cabral disse que no ano passado, o sector enquadrou cerca de cinco mil professores, admitidos em concurso público de ingresso, realizado no ano de 2014. Explicou que nos últimos três anos não foram admitidos novos professores por falta de recursos financeiros.
“As infra-estruturas serão as mesmas e temos uma diminuição de recursos humanos. Nos últimos três anos perdemos cerca de 5,2 por centos da força de trabalho. Alguns professores faleceram, outros foram para a reforma ou despedidos por indisciplina”, acrescentou.
Ano lectivo 2018
O processo de inscrição para os alunos que vão frequentar pela primeira vez a 7ª e 9ª classe, iniciou-se ontem (terça-feira) e decorre até 14 de Janeiro. O secretário de Estado para o Ensino Préescolar e Geral, Joaquim Cabral, disse que, nas escolas do I e II ciclos do ensino secundário as condições estão criadas para que o processo decorra sem sobressaltos. Joaquim Cabral esclareceu que, no acto de inscrição, os alunos devem apresentar documentos que justificam o cumprimento da classe anterior, como uma declaração de certificação e uma fotocópia do bilhete de identidade.
Outros documentos como atestado médico, fotografias, certificados de habilitações definitivos só deverão ser exigidos no acto da matrícula, incluindo o boletim de inscrição onde consta a cédula para o lançamento das notas e a caderneta de estudante adquiridos durante a candidatura.
Adiantou que, na selecção dos alunos, para dar prioridade a determinadas vagas conta muito a idade dos candidatos inscritos. Na 7ª classe, a criança deve ter 12 ou 13 anos de idade, enquanto na 10ª a idade mínima é 15 ou 16 anos.
Afirmou que o segundo requisito tem a ver com as notas obtidas pelos estudantes. Depois da inscrição, o aluno é submetido a um processo de triagem onde são seleccionados aqueles que têm idades compatíveis com o recomendável na Lei de Base e aqueles que tiverem boas notas.
“Os outros só poderão ser repescados em caso de haver mais vagas disponíveis”, esclareceu Joaquim Cabral, para de seguida acrescentar que as inscrições do ensino secundário não são gratuitas.
O cidadão, continuou, deve estar consciente que vai dar a sua mínima contribuição monetária, cujos valores estão definidos no âmbito daquilo que é a prestação de serviços que o Ministério da Educação oferece à população.
“Sabemos que as características económicas e sociais das populações do nosso país variam de uma província para outra, por isso vamos ter de acautelar essas questões com o Ministério das Finanças.
Assiste-se a um aumento vertiginoso da população estudantil e fraca capacidade do sector em responder à demanda