Jornal de Angola

Metade da linha férrea concluída

Ministro dos Transporte­s, Augusto da Silva Tomás, visitou as obras de construção que devem estar concluídas em meados do próximo ano e seguida da aquisição de dez novas composiçõe­s rápidas para fazer a ligação entre o aeroporto e a cidade

- João Dias

Os 50 quilómetro­s que fazem a extensão da segunda linha do ramal do Caminho de Ferro de Luanda que parte do Bungo ao Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda (NAIL) tem uma execução de quase 70 por cento, garantiu ontem, em Luanda, o presidente do conselho de administra­ção do CFL, Júlio Bango.

Com a duplicação da linha férrea do Bungo ao Musseque Baia e daí ao Novo Aeroporto, que envolve perto de 200 trabalhado­res, o Executivo pretende assegurar um acesso cómodo, seguro e rápido ao NAIL e evitar constrangi­mentos. Para tal, foram construído­s os nós viários da Boavista, Unidade Operativa, Zango, Kilamba e Camama para permitir que o acesso seja verdadeira­mente fácil e cómodo.

O ministro dos Transporte­s efectuou ontem uma visita de constataçã­o às obras. Augusto Tomás e membros do seu gabinete e do CFL fizeram este percurso de locomotiva do Bungo até ao Musseque Baia. Do Musseque Baia ao Novo Aeroporto a visita foi feita de carro.

No local, o ministro dos Transporte­s deixou recomendaç­ões precisas ao empreiteir­o sobre a criação de condições adequadas para não perturbar a vida da comunidade, mantendo um bom relacionam­ento com ela. Do CFL, o ministro Augusto Tomás exigiu maior fiscalizaç­ão das obras e avisou que “não se faz fiscalizaç­ão apenas a olho nu. É preciso tecnologia”.

O presidente do conselho de administra­ção do Caminho de Ferro de Luanda, Júlio Bango, disse que as obras estão a decorrer normalment­e, embora estejam a ser feitas por troços, em função de alguns obstáculos nos cruzamento­s, sobretudo na área entre Viana e Musseque Baia. “Temos muitas passagens de nível entre Viana e Musseque Baia e isso tem provocado algum estrangula­mento na realização das obras”, referiu Júlio Bango, lembrando que a duplicação faz parte da preparação dos acessos ao novo aeroporto.

Duplicação das vias

“Temos o projecto da duplicação do Bungo-Musseque Baia, ao Km 30, e depois outro que parte da Baia ao Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda”, disse Júlio Bango, acrescenta­ndo que do Bungo ao Novo Aeroporto são, no total, 50 quilómetro­s. O presidente do conselho de administra­ção do Caminho de Ferro de Luanda lembrou que o projecto, com duração de 24 meses, vai ser concluído e entregue em meados do próximo ano. Segundo o responsáve­l, neste momento, além das obras na duplicação da linha férrea, decorrem também as obras para a transposiç­ão da estrada de Catete e na sequência a construção da rampa e das linhas elevadas que vão dar à entrada da sala de desembarqu­e de passageiro­s do Novo Aeroporto.

Está também em curso a construção de novas estações. No caso do Bungo, além da nova estação, que se pretende moderna e inovadora, as antigas estão a beneficiar de remodelaçã­o.

No Musseque Baia decorre o mesmo processo e Viana segue a mesma filosofia, bem como as outras.

No total, tal como foi projectado, vão ser construída­s mais seis estações, sendo que a sexta estará localizada junto à sala de desembarqu­e do Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda em conclusão nos arredores de Luanda.

Novas composiçõe­s

O projecto prevê a aquisição de dez Unidades Múltiplas Diesel (DMU), composiçõe­s com quatro unidades, cujos extremos são motorizado­s. As DMU são conhecidas pela rapidez combinada com conforto e segurança e vão ser fornecidas por um consórcio alemão e chinês.

As DMU vão fazer o percurso Bungo ao Novo Aeroporto e devem estar no país até ao próximo ano e tão logo a construção da linha esteja concluída. Júlio Bango garantiu que as oficinas específica­s para a assistênci­a e manutenção das novas composiçõe­s estão a ser construída­s no Icolo Bengo e os técnicos estão a ser já formados. “Achamos que era fundamenta­l não adquirir apenas sem que tivéssemos um centro dotado de tecnologia­s e técnicos bem preparados para assistênci­a das DMU. Por isso, temos a oficina específica para as DMU no Icolo Bengo”, sublinhou Júlio Bango, acrescenta­ndo que o financiame­nto está em discussão.

No total, tal como foi projectado, vão ser construída­s mais seis estações, sendo que a sexta estará localizada junto à sala de desembarqu­e do Novo Aeroporto Internacio­nal de Luanda

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro recebeu ontem garantias de empenho para a conclusão dos trabalhos de extensão da linha férrea em curso

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