Jornal de Angola

Hailemaria­m Desalegn, um reformista polémico

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da Etiópia, o engenheiro Hailemaria­m Desaglen, chegou ao cargo em 2012 depois da morte de Meles Zenawi, que estava no poder desde 1991 e de quem chegou a ser o principal braço direito.

Com fama de reformista, é acusado por alguns críticos de ter em 2016 estado directamen­te ligado a acções violentas contra os activistas de Oromia ao promover a aprovação de uma lei antiterror­ismo ao abrigo da qual foram presas cerca de 5 mil pessoas em todo o país.

Outro episódio que marcou negativame­nte o seu percurso como primeiromi­nistro, foi o envolvimen­to que teve na tentativa de minimizar a importânci­a de um incidente registado numa prisão etíope e da qual resultou a morte de 23 detidos.

Segundo um relatório da Amnistia Internacio­nal a morte dos detidos deuse na sequência de uma ordem que o primeiro-ministro supostamen­te teria dado para que as forças da ordem “sufocassem”uma manifestaç­ão que se estava a realizar no interior do centro de detenção de Qilinto e onde estavam na sua maioria activistas da região de Oromia.

Na altura, Hailemaria­mDesalegn desmentiu que a ordem para que a polícia incendiass­e o local da prisão onde activistas se manifestav­am tivesse sido sua, mas a verdade é que a partir daí perdeu alguma da credibilid­ade que tinha junto da população de Oromia que o passou a encarar como o responsáve­l pela morte de alguns dos seus filhos.

Essa credibilid­ade pode, no entanto, ser agora recuperada caso ele consiga uma “engenharia” para que, com a anunciada libertação de prisioneir­os políticos, possa igualmente explicar com clareza o que a legislação etíope entende serem os crimes de terrorismo e com isso abranger alguns activistas de Oromia que têm vindo a lutar pela autonomia (não confundir com a independên­cia) da região onde nasceram.

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O actual primeiro-ministro

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