Defendida reflexão sobre a identidade
O administrador municipal adjunto do Sumbe, capital da província do Cuanza Sul, José Silvestre, exortou na quartafeira os agentes culturais a reflectirem “profundamente” sobre temas que ajudem a cultura a fortalecer a identidade da população local.
Falando na abertura das jornadas do 8 de Janeiro, Dia Nacional da Cultura, José Silvestre afirmou ser necessário valorizar as tradições locais como as danças e músicas, entre outros hábitos e costumes da região, para desenvolver uma nação mais unida e forte.
No seu entender, há falta de interesse por parte dos agentes culturais locais na pesquisa de danças características da região, como cantambe, catita, quimboelela e cangondó, que representam a identidade da população do Cuanza Sul.
José Silvestre defendeu ainda a preservação dos hábitos, costumes e outras tradições que identificam a cultura da região.
O administrador municipal adjunto do Sumbe disse que, para a concretização desse objectivo, é importante que os agentes culturais trabalhem mais unidos e com seriedade, ajudando a engrandecer o sector da cultura do Cuanza Sul.
O programa da Administração Municipal do Sumbe para saudar o Dia Nacional da Cultura inclui palestras, sessões de dança, exposição de artes plásticas e artesanato, excursão a locais turísticos, entre outros eventos. Um total de seis artistas plásticos foram seleccionados para uma formação na cidade de Lisboa, Portugal, este ano, no quadro de um acordo assinado recentemente entre a União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP) e a Fundação Sol.
Em declaração ao Jornal de Angola, o secretário-geral da UNAP, António Tomás Ana “Etona”, garantiu que a formação vai dotar os artistas de mais conhecimentos nas diversas modalidades das artes plásticas.
Embora tenha admitido dificuldades financeiras, uma situação geral em todos os sectores da vida no país, Etona espera no ano em curso materializar os programas assumidos aquando da renovação do mandato para mais quatro anos.
Dar uma nova dinâmica à criação artística nacional e maior visibilidade ao trabalho dos associados são objectivos da UNAP. No entanto, a sua materialização tem sido prejudicada pelas dificuldades financeiras que enfrenta actualmente.
A UNAP realizou 12 exposições no ano passado em Angola. “Queremos mudar a tendência em que os estrangeiros ainda tendem a ser os maiores consumidores e coleccionadores das peças produzidas pelos nossos criadores”, sublinhou o secretário-geral da associação.
Etona apela a um maior envolvimento dos agentes culturais e empresários no apoio às artes plásticas no país. “Estou optimista nas mudanças e acredito em melhores dias para as artes plásticas”, considerou.
Sobre a Brigada Jovem dos Artistas Plásticos (BJAP), Etona reforçou a necessidade de os seus membros estarem mais unidos e focados nos projectos, de forma a darem o seu contributo para o crescimento da associação.
Etona apelou aos membros da BJAP a serem mais perspicazes e procurarem sempre aumentar os conhecimentos sobre as artes plásticas, recorrendo às poucas instituições de ensino no país dedicadas às artes.
A falta de salas convencionais para a exposição e promoção dos membros da UNAP, não apenas em Luanda, mas em outros pontos do país, é um dos problemas a ser suprido, de forma a garantir uma maior abertura do mercado e promoção dos criadores nacionais.
A UNAP foi criada a 8 de Outubro de 1977 por um grupo de artistas plásticos, com destaque para Victor Teixeira “Viteix” e Henrique Abranches, com a finalidade de promover e divulgar a produção artística nacional. Actualmente, tem mais de dois mil membros.
Obras de Etona em França
Um exposição das obras de António Ana Tomas “Etona” está patente desde ontem, até ao próximo dia 31, na Galeria Espacial Leonardo da Vinci, em França, inseridos nos eventos da Mandelieu-La Napoule.
A exposição que é apenas aberta ao público de amanhã, entre as 14h00 e às 18h00, na Galeria Espacial Leonardo da Vinci, é uma iniciativa do antigo governador de Luanda, Francisco Higino Lopes Carneiro e do empresário francês de origem libanesa Iskandar Safa.
França é uma das montras mais importantes das artes internacional e a inserção da exposição do artistas angolano na programação dos eventos da Mandelieu-La Napoule abrem boas perspectivas para os criadores nacionais, sobretudo os artistas plásticos.
Etona é um artista angolano nascido na província do Zaire reconhecido mundialmente. Actualmente, mora e trabalha em Angola, e sem se afastar das suas raízes, enquanto carrega a herança da arte africana, assimilou as influências da arte ocidental.
Etona considera que os artistas devem ser provedores de símbolos, que devem fornecer alimento espiritual essencial que os homens precisam subir, de acordo com o site da organização.
António Tomás Ana (Etona) nasceu a 22 Junho de 1961 na província do Zaire, município do Soyo, em Angola. Em 1975 frequenta vários ateliers de artesãos, pintura e escultura no Soyo.
É já em Luanda que, em 1979, é recebido como discípulo de pintura no atelier do artista João Luís de Almeida, na Ilha de Luanda, durante cinco anos.
Começou a frequentar a União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP) em 1985, enquadrando-se na Brigada Jovem de Artes Plásticas. Um ano mais tarde é eleito Coordenador da Brigada de Jovens Artistas Plásticos (BJA), Instituição ligada à UNAP.
Dar uma nova dinâmica à criação artística nacional e maior visibilidade ao trabalho dos associados são objectivos da União Nacional dos Artistas Plásticos (UNAP), garantiu o artista Etona