Sobreviventes solicitam bairro social e memorial
A Associação "4 de Janeiro", da Baixa de Cassanje, reiterou o pedido de construção de um bairro social e do memorial em homenagem aos mártires da repressão colonial de 1961, em que milhares de camponeses perderam a vida por reivindicar contra o preço do algodão na então companhia belga Cotonang.
A solicitação foi manifestada ontem, pelo representante da associação, Jesus dos Santos Alfredo, no acto do Dia dos Mártires da Repressão Colonial.
Os sobreviventes da Baixa de Kassanje solicitaram também duas estátuas em homenagem aos sobas Nzage Longo, Teka Dia-Kinda e Ngola Kiluanji, para honrar os heróis daquela circunscrição. Pediram ainda a reabilitação das estradas que ligam o município do Quela a outras localidades, bem como a criação de infra-estruturas industriais para garantir o desenvolvimento da região.
Ao Executivo, os sobreviventes da Baixa de Kassanje pediram a reposição do 4 de Janeiro como feriado nacional.
Discursando no acto, o vice-governador de Malanje para a área Económica, Política e Social, Domingos Eduardo, declarou que o patriotismo e o espírito de coragem dos heróis da Baixa de Kassanje devem continuar a servir como fonte de inspiração dos angolanos, sobretudo, entre os jovens.
Domingos Eduardo lembrou que o 4 de Janeiro visa homenagear todos os angolanos que lutaram contra repressão colonial e os maus tratos contra os camponeses da região da Baixa de Cassanje.
O vice-governador de Malanje disse que a sublevação das populações contra a ocupação e exploração colonial constitui um marco histórico que culminou com a independência nacional, a 11 de Novembro de 1975. “O massacre da Baixa de Kassanje foi um acontecimento que despertou a consciência patriótica dos angolanos", afirmou o vice-governador.
“Os acontecimentos da Baixa de Kassange tiveram repercussão nacional e internacional. Por outro lado, influenciou o espírito de resistência no país e no continente africano”, frisou.