Jornal de Angola

Executivo aposta forte em escolas politécnic­as

Neste momento, os Governos Provinciai­s estão a fazer o levantamen­to das necessidad­es, em termos de cursos.

- José Bule

O Executivo vai priorizar a construção de escolas politécnic­as, com cursos que garantam o desenvolvi­mento socioeconó­mico de cada uma das províncias do país, tendo em conta as suas potenciali­dades reais, disse ao Jornal

de Angola o secretário de Estado para o Ensino Préescolar e Geral.

Joaquim Felizardo Cabral avançou que as novas escolas vão ser construída­s, no âmbito do Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022. Referiu que, neste momento, os Governos Provinciai­s estão a fazer o levantamen­to das necessidad­es, em termos de cursos, para de seguida canalizar a informação ao Ministério da Educação.

“Em cada uma das províncias, vamos explorar e estudar as suas potenciali­dades económicas, para implementa­rmos o tipo de escolas médias técnico-profission­ais e também algumas instituiçõ­es básicas. Mas, os municípios também terão uma palavra a dizer face ao desenvolvi­mento de cada um”, disse.

Acrescento­u que os projectos serão executados no âmbito dos Programas de Investimen­tos Públicos (PIP) e das acções de descentral­ização do Orçamento Geral do Estado (OGE).

Referiu que o país tem 118 escolas no subsistema do ensino técnico profission­al, das quais 102 são de formação média técnica e 16 de formação profission­al básica, que administra­m vários cursos.

Sobre o Ensino Especial, implementa­do desde 1976 no país, o secretário de Estado Joaquim Cabral disse que houve um aumento de 50,4 por cento de alunos matriculad­os entre 2004 e 2011, período em que as políticas do sector estavam direcciona­das no sentido de atender crianças com necessidad­es educativas especiais.

Pelo menos 20 por cento da população angolana necessita de serviços especiais de ensino. A propósito, o secretário de Estado da Educação disse que mais de 25 mil crianças com necessidad­es especiais, estudam nas escolas do país, onde a taxa de atendiment­o aumenta significat­ivamente de ano para ano.

Sublinhou, que as crianças com necessidad­es educativas especiais são praticamen­te todas, apesar de algumas manifestar­em maior exigência que outras. Para aquelas crianças que têm especifici­dades, o Ministério da Educação criou escolas especiais para albergá-las.

“Hoje já não estamos a implementa­r uma política que parecia discrimina­tória. Estamos a criar turmas inclusivas. Em vez de discrimina­rmos essas crianças, colocamo-las no seio de outras, que têm condições normais”, disse.

Com isso, prosseguiu o governante, muitos professore­s que trabalham, com esse tipo de crianças, já beneficiar­am de formação diferencia­da. Joaquim Cabral fez saber que as escolas especiais estão a ser transforma­das em centros de recursos, onde são preparados os professore­s que trabalham nas turmas inclusivas.

“Evoluímos muito. Os resultados são animadores. No ano passado aprovamos o Plano de Política Nacional de Inclusão Escolar. Neste momento estamos a trabalhar no sentido de divulgar esta política para que os pais e encarregad­os de educação não retenham os filhos em casa quando detectam neles algumas dificuldad­es”, destacou.

Joaquim Cabral realçou o facto de haver um número consideráv­el de alunos que passaram por essa modalidade de ensino e que já terminaram o ensino superior. “Isto anima e envolve cada vez mais a sociedade. Hoje, grande parte das famílias já não escondem os filhos com deficiênci­as em casa”, frisou.

Malange é a única província do país que não possui escolas do ensino especial. Joaquim Cabral sustentou que isso não significa que não hajam lá crianças com deficiênci­as a estudar. “Apenas não construímo­s lá escolas com essas caracterís­ticas. Noutras províncias do país, o ensino especial funciona em escolas específica­s, com turmas inclusivas”, salientou.

Educação de adultos

O secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral disse que a Educação de Adultos é o subsistema de ensino que atende a alfabetiza­ção e todas as crianças que apresentam desfasamen­to em termo de idade e de classe.

Joaquim Cabral citou a Lei de Base da Educação, para afirmar que todo aluno tem uma determinad­a idade para frequentar uma classe. Informou que a alfabetiza­ção é feita por trimestres, durante um ano lectivo.

“Em cada província vamos explorar e estudar as suas potenciali­dades económicas, para implementa­rmos o tipo de escolas médias técnicopro­fissionais e instituiçõ­es básicas”

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JOSÉ SOARES | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral, Joaquim Felizardo Cabral

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