Antigos guerrilheiros no Zaire começam a receber pensões
As novas políticas do Executivo assentes no combate às assimetrias regionais, criação de bases materiais para o bem-estar dos angolanos e o combate aos fenómenos nocivos constituem medidas de esperança para os assistidos
“Devemos lembrar que as medidas em curso, por mais boas que sejam, apenas serão eficazes se todos nós, e cada um a seu nível, fizer a sua parte e para tal exige-se a mudança de mentalidade”
O ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria homologou 502 novos processos de pensionistas da província do Zaire que, doravante, passam a receber subsídios como antigos guerrilheiros.
João Ernesto dos Santos Liberdade entregou os novos processos de pensionistas ao governador do Zaire, Joanes André, no decurso do acto central das comemorações do 4 de Janeiro, realizado ontem na cidade de Mbanza Kongo, património cultural da Humanidade.
O ministro fez um historial sobre a importância do 4 de Janeiro de 1961, em homenagem aos Mártires da repressão colonial na Baixa de Cassange, na província de Malanje. Naquela data, populares obrigados ao cultivo de algodão passavam uma vida difícil devido ao trabalho forçado imposto pelos colonialistas
João Ernesto dos Santos "Liberdade" considerou que para a reintegração económica e social que o país aspira, o Ministério presta particular atenção às cooperativas agrícolas dos antigos combatentes, para aferir a organização e funcionamento visando identificar os constrangimentos e captar os apoios necessários.
“Queremos que estas cooperativas funcionem de facto, para que possam contribuir na diversificação da economia e na melhoria da qualidade de vida dos antigos combatentes e veteranos da pátria”, disse.
As novas políticas do Executivo assentes no combate às assimetrias regionais, criação de bases materiais para o bem-estar dos angolanos e o combate aos fenómenos nocivos à sociedade, segundo João Ernesto dos Santos "Liberdade", constituem medidas de esperança para os assistidos do seu Ministério.
“Devemos lembrar que as medidas em curso, por mais boas que sejam, apenas serão eficazes e efectivas se todos nós e cada um ao seu nível, fazer a sua parte e para tal exige-se a mudança de mentalidade”, lembrou.
João Ernesto dos Santos Liberdade lembrou a bravura dos Mártires da Repressão da Baixa de Cassange, que por reclamarem melhores condições de vida, foram barbaramente assassinados.
Sob o lema “4 de Janeiro de 1961, fonte de inspiração política para independência nacional” a data foi celebrada com palavras de esperança pelos 4.356 assistidos, entre antigos combatentes, viúvas, órfãos, deficientes físicos de guerra e ascendentes de combatentes (pai dos falecidos combatentes).
Numa mensagem, os antigos combatentes expuseram as dificuldades por que passam no capítulo financeiro, devido à exiguidade dos subsídios que auferem no valor de AKZ 23.588,15 por mês, incluindo a necessidade de meios para a mecanização agrícola, para o aumento das áreas de cultivo.
Outro problema evocado pelos antigos guerrilheiros prende-se com a falta de dependências bancárias nos municípios do Kuimba, Nóqui e Tomboco, onde residem, situação que os obriga a se deslocarem constantemente para Mbanza Kongo, com custos que superam o subsídio.
O ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria dedicou parte da sua deslocação a Mbanza Kongo em visitar campos agrícolas dos assistidos, monumentos e sítios históricos e por último reuniu-se com os antigos combatentes e veteranos da pátria da região, cuja tónica dominante regeu-se no levantamento dos principais problemas da classe.
João Ernesto dos Santos Liberdade tomou nota das preocupações apresentadas e garantiu soluções pontuais à luz das novas políticas do Executivo.