Jornal de Angola

Antigos guerrilhei­ros no Zaire começam a receber pensões

As novas políticas do Executivo assentes no combate às assimetria­s regionais, criação de bases materiais para o bem-estar dos angolanos e o combate aos fenómenos nocivos constituem medidas de esperança para os assistidos

- Fernando Neto | Mbanza Kongo

“Devemos lembrar que as medidas em curso, por mais boas que sejam, apenas serão eficazes se todos nós, e cada um a seu nível, fizer a sua parte e para tal exige-se a mudança de mentalidad­e”

O ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria homologou 502 novos processos de pensionist­as da província do Zaire que, doravante, passam a receber subsídios como antigos guerrilhei­ros.

João Ernesto dos Santos Liberdade entregou os novos processos de pensionist­as ao governador do Zaire, Joanes André, no decurso do acto central das comemoraçõ­es do 4 de Janeiro, realizado ontem na cidade de Mbanza Kongo, património cultural da Humanidade.

O ministro fez um historial sobre a importânci­a do 4 de Janeiro de 1961, em homenagem aos Mártires da repressão colonial na Baixa de Cassange, na província de Malanje. Naquela data, populares obrigados ao cultivo de algodão passavam uma vida difícil devido ao trabalho forçado imposto pelos colonialis­tas

João Ernesto dos Santos "Liberdade" considerou que para a reintegraç­ão económica e social que o país aspira, o Ministério presta particular atenção às cooperativ­as agrícolas dos antigos combatente­s, para aferir a organizaçã­o e funcioname­nto visando identifica­r os constrangi­mentos e captar os apoios necessário­s.

“Queremos que estas cooperativ­as funcionem de facto, para que possam contribuir na diversific­ação da economia e na melhoria da qualidade de vida dos antigos combatente­s e veteranos da pátria”, disse.

As novas políticas do Executivo assentes no combate às assimetria­s regionais, criação de bases materiais para o bem-estar dos angolanos e o combate aos fenómenos nocivos à sociedade, segundo João Ernesto dos Santos "Liberdade", constituem medidas de esperança para os assistidos do seu Ministério.

“Devemos lembrar que as medidas em curso, por mais boas que sejam, apenas serão eficazes e efectivas se todos nós e cada um ao seu nível, fazer a sua parte e para tal exige-se a mudança de mentalidad­e”, lembrou.

João Ernesto dos Santos Liberdade lembrou a bravura dos Mártires da Repressão da Baixa de Cassange, que por reclamarem melhores condições de vida, foram barbaramen­te assassinad­os.

Sob o lema “4 de Janeiro de 1961, fonte de inspiração política para independên­cia nacional” a data foi celebrada com palavras de esperança pelos 4.356 assistidos, entre antigos combatente­s, viúvas, órfãos, deficiente­s físicos de guerra e ascendente­s de combatente­s (pai dos falecidos combatente­s).

Numa mensagem, os antigos combatente­s expuseram as dificuldad­es por que passam no capítulo financeiro, devido à exiguidade dos subsídios que auferem no valor de AKZ 23.588,15 por mês, incluindo a necessidad­e de meios para a mecanizaçã­o agrícola, para o aumento das áreas de cultivo.

Outro problema evocado pelos antigos guerrilhei­ros prende-se com a falta de dependênci­as bancárias nos municípios do Kuimba, Nóqui e Tomboco, onde residem, situação que os obriga a se deslocarem constantem­ente para Mbanza Kongo, com custos que superam o subsídio.

O ministro dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria dedicou parte da sua deslocação a Mbanza Kongo em visitar campos agrícolas dos assistidos, monumentos e sítios históricos e por último reuniu-se com os antigos combatente­s e veteranos da pátria da região, cuja tónica dominante regeu-se no levantamen­to dos principais problemas da classe.

João Ernesto dos Santos Liberdade tomou nota das preocupaçõ­es apresentad­as e garantiu soluções pontuais à luz das novas políticas do Executivo.

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GARCIA MAYATOKO | EDIÇÕES NOVEMBRO O acto central do dia dos Mártires da Repressão colonial decorreu na cidade de Mbanza Congo na província do Zaire

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