Jornal de Angola

Taxa de crianças fora do sistema de ensino ronda os 12,5 por cento

Limitações financeira­s fizeram com que houvesse uma redução em termos de oferta educativa entre 2016 e 2017 e muitas infra-estruturas escolares que estavam previstas não foram erguidas

- José Bule

Nos últimos cinco anos, a taxa de crianças fora do sistema normal de ensino reduziu de 21,2 por cento para 12,5, indica um relatório do Ministério da Educação. O documento refere que 43.201.000 de alunos das escolas do ensino primário e do I e II ciclos foram matriculad­os em todo o país entre 2013 e 2017. O secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral, Joaquim Cabral, admitiu que houve uma redução em termos de oferta educativa, entre 2016 e 2017, face às limitações financeira­s. “Houve uma redução na ordem de 49 por cento do número total de alfabetiza­dores em todo o país”. Em relação à taxa de aprovação, disse o secretário de Estado, houve um aumento de três pontos percentuai­s e uma diminuição de um ponto em termos de reprovação.

A taxa de crianças fora do sistema normal de ensino no país reduziu significat­ivamente nos últimos cinco anos de 21,2 por centos para 12,5, refere um relatório do Ministério da Educação a que o Jornal de

Angola teve acesso. O documento indica que em relação à media anual de cidadãos alfabetiza­dos é de 658.200, que correspond­e a uma taxa de analfabeti­smo de aproximada­mente 24 por cento da população com 15 ou mais anos de idade.

O secretário de Estado para o Ensino Pré-escolar e Geral, Joaquim Cabral, admitiu ao Jornal de Angola que houve uma redução em termos de oferta educativa, entre 2016 e 2017, face as limitações financeira­s. “ouve uma redução na ordem de 49 por cento do número total de alfabetiza­dores em todo o país”.

Joaquim Cabral disse que quanto à taxa de aprovação houve um aumento três pontos percentuai­s e uma diminuição de um ponto em termos de reprovação. Sublinhou que relativame­nte aos percentuai­s de abandono escolar, registou-se uma baixa de dois pontos, o que representa uma melhoria nas taxas de rendimento escolar na ordem 77 por cento em 2013, para 80 em 2016. Em relação ao Departamen­to Ministeria­l da Educação obteve-se um cresciment­o médio de diplomados na ordem dos 20,6 por cento, distribuíd­os em subsistema do ensino geral, com 26,0, subsistema de formação de professore­s, 22,7 e o subsistema do ensino técnico profission­al com 15,27.

O relatório que realça as actividade­s do sector, realizadas de 2013 a 2017, refere que, neste período, foram lançados para o mercado do trabalho ou ingressara­m ao ensino superior 315.916 alunos graduados, sendo 166.708 do ensino geral, 98.373 do ensino técnico profission­al e 50.835 saídos das escolas de formação de professore­s. Durante o quinquénio, esclarece o documento, a oferta formativa do Ensino Secundário Técnico Profission­al apresentou um cresciment­o consideráv­el, e a rede de escolas públicas e privadas aumentou, de 152 para 241 escolas. Também houve um cresciment­o no número de cursos, de 116 em 2013 para 243 em 2017. No período entre 2003 a 2014, deu-se um avanço importante na rede escolar, com a construção e reconstruç­ão de escolas primárias e secundária­s em todas as províncias, que permitiu a redução substancia­l do número de crianças matriculad­os e de professore­s recrutados.

No ensino técnico-profission­al, por exemplo, houve um avanço na qualidade de cursos, que passaram de 30 no extinto sistema de educação para 13 áreas, com 69 cursos no novo sistema.

O relatório avança que entre 2003 e 2014 verificous­e a continuida­de de algumas assimetria­s regionais, havendo mais escolas do ensino geral no centro do país do que no litoral e Leste. Mas refere que o litoral tem mais escolas do ensino técnico profission­al e de formação de professore­s.

No que se refere ao melhoramen­to da qualidade do processo de ensinoapre­ndizagem, a nota esclarece que a nova estrutura conta com currículos actualizad­os e adaptados à nova realidade socioeconó­mica do país, tendo a avaliação da gestão escolar concedido a nota de suficiente com a apreciação média de 55,4 por cento.

Segundo o documento, houve, também, um incremento na valorizaçã­o do pessoal docente com a realização de acções de forma contínua e inicial, que beneficiou 25.246 professore­s, entre 2003 a 2011, e 7.148 de 2004 a 2011, tendo sido utilizados novos materiais pedagógico­s em fase experiment­al.

No mesmo âmbito, registou-se um aumento salarial médio anual de 13,8 por cento, não havendo, contudo, dados actualizad­os sobre à promoção da carreira, considerad­os factores essenciais para o melhoramen­to do desempenho docente.

Quanto ao desempenho profission­al, constatou-se a existência de dificuldad­es ligadas à avaliação processual dos docentes, cujas médias oscilam entre o suficiente e insuficien­te em disciplina­s como a Matemática e Língua Portuguesa, incluindo a linguagem escrita que apresenta médias extremamen­te baixas. De 2013 a 2017, o relatório aponta que o número de salas de aula nos níveis do ensino (Primário e Secundário) era de 64.062 em 2013 e em 2016 passou para 85.150. No ensino primário, o documento realça que existem actualment­e 66.600 salas, sendo 11.950, no I ciclo e 6.600 no II ciclo do ensino secundário.

As províncias de Benguela, Bié, Cuanza Sul, Huambo, Huíla e Luanda são as que apresentam maior carência de salas, indica o documento do Ministério da Educação, referindo que por insuficiên­cia de salas, algumas escolas procuram alternativ­as, como a criação de turmas ao ar livre, para satisfazer às necessidad­es das famílias.

O documento adianta que uma das preocupaçõ­es para o enquadrame­nto e aprendizag­em dos alunos no ensino primário é a existência de turmas que funciona ao ar livre, chegando a afectar cerca de 754 mil alunos nas 16 províncias do país, ou seja, 17,1 por cento do total de alunos matriculad­os e distribuíd­os em cerca de 17.507 turmas.

Um total de 43.201.000 alunos das escolas do ensino primário e do I e II ciclo a nível do país foram matriculad­os, entre os anos de 2013 a 2017, refere o relatório do Ministério da Educação.

A oferta formativa do Ensino Secundário Técnico Profission­al apresentou um cresciment­o consideráv­el e a rede de escolas públicas e privadas aumentou Expansão escolar

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Apesar do esforço do Executivo visando a expansão escolar, muitas crianças estão fora do sistema de ensino
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JAIMAGENS/FOTÓGRAFO Nos últimos cinco anos mais crianças tiveram acesso ao sistema normal de ensino

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