Jornal de Angola

Manutenção das estradas requer mais investimen­to

Valor aprovado representa os fundos necessário­s para a cobertura do projecto do sistema de transporte de energia e está alinhado à estratégia do Executivo relativa à diversific­ação das fontes de financiame­nto para programas de investimen­to

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O Fundo Rodoviário empregou, em 2017, dez mil milhões de kwanzas na manutenção de 2.200 quilómetro­s de estradas. Segundo o director de Estudos e Planeament­o do Fundo Rodoviário, o país tem 30 mil quilómetro­s de vias asfaltadas e as necessidad­es são de 90 mil milhões de kwanzas por ano. Cerca de 17 por cento do valor empregue ( 1.700 milhões de kwanzas), tem origem nas receitas arrecadas com a taxa de circulação de 2016. A maior fatia, 83 por cento daquele valor ou seja 8,3 mil milhões de kwanzas, proveio de recursos do Estado alheios à taxa de circulação.

O Governo aprovou a contrataçã­o de dois financiame­ntos, que totalizam 345 milhões de euros (cerca de 65 mil milhões de kwanzas), para o projecto do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca, a maior barragem do país.

A informação consta em dois Despachos Presidenci­ais do final de Dezembro, onde os acordos de financiame­nto são aprovados, o primeiro dos quais a celebrar com os britânicos do Standard Chartered Bank (SCB), no valor global superior a 220,5 milhões de euros (41 mil milhões de kwanzas).

O valor representa o financiame­nto necessário para a cobertura do projecto do sistema de transporte de energia associado ao Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca. No mesmo documento, é revogado um Despacho Presidenci­al anterior, de 12 de Julho de 2017, sobre outro financiame­nto ao projecto.

Igualmente com data de 28 de Dezembro, foi aprovado um acordo de financiame­nto a celebrar entre Angola e a companhia britânica Gemcorp, no valor global de 150 milhões de dólares (25 mil milhões de kwanzas), “para a cobertura do défice do projecto do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca”.

Os despachos consideram que a estratégia do Executivo, no que concerne à diversific­ação das fontes de financiame­nto para a cobertura de projectos de investimen­to, impõe a necessidad­e de criação de condições técnicas para a concretiza­ção e operaciona­lização de projectos do sector da Energia e Águas integrados no Programa de Investimen­to Público, no âmbito da Política para o Desenvolvi­mento Económico e Social do país.

O Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca, no rio Kwanza e localizado entre as províncias do Cuanza Norte e Malanje, foi um investimen­to do Estado de 4,3 mil milhões de dólares (617 mil milhões de kwanzas), tornando-se a maior obra pública do país.

Também tido como a maior obra de engenharia civil de sempre no país e a segunda maior barragem em África, Laúca servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando em 2018 a províncias do centro do país como o Huambo e Bié.

A obra foi projectada financiame­nto da linha de crédito do Brasil e movimen- tou, nas várias fases, cerca de 13 mil trabalhado­res.

A construção arrancou em 2012, tendo como empreiteir­a a brasileira Odebrecht, Em Setembro bde 2017, entrou em funcioname­nto do segundo grupo gerador, elevando a produção debitada na rede, provisoria­mente, com cerca de 500 Megawatts (MW).

Com um volume de água de albufeira de mais de 2.500 milhões de metros cúbicos, o enchimento da barragem de Laúca só termina este ano, com a elevação até à quota 850, completand­o o reservatór­io na sua totalidade.

Nessa altura estarão em funcioname­nto as seis turbinas que estão instaladas, totalizand­o 2.070 MW de electricid­ade, mais do dobro da capacidade das duas barragens – Cambambe (960 MW) e Capanda (520 MW) – já em operação no rio Kwanza.

Obras no Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca, estão entre os fundamento­s encontrado­s pelo Executivo para projectar um cresciment­o económico de 4,9 por cento este anos.

Mais de 60 por cento da taxa de cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano é atribuído, nas estimativa­s do Governo avançadas no Orçamento Geral do Estado, são atribuídos ao sector da energia.

Laúca servirá para abastecer oito milhões de pessoas, chegando, em 2018, à províncias do cento do país como Huambo e Bié

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NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca é um investimen­to do Estado avaliado em 4,3 mil milhões de dólares

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