Marcha contra a pobreza começou na região de Mashjad
no Irão, que começaram em Mashjad para protestar contra a pobreza e o desemprego no país, alastraram depois às cidades de Nishabur, Shajrud, Kirmanshaj, Qum, Rashd, Yezd, Kazvin, Ahvaz e outras. Num primeiro momento, os manifestantes protestaram contra o governo, mas logo depois o alvo do seu descontentamento passou a ser o Ayatola Khamenei e as restantes autoridades políticas do regime iraniano.
Em Qum, um importante centro religioso xiita, foram gritadas palavras de ordem como “Abaixo Khamenei, abaixo o Hezbollah”. Centenas de pessoas foram presas e muitas acabaram mortas durante os distúrbios.
Sem dúvida, a verdadeira questão é o que vai acontecer no Irão a partir de agora? A disputa entre o governo de Rohani e Khamenei tem vindo a aumentar depois das últimas eleições. As acusações mútuas de corrupção contra pessoas à volta de Rohani e os Guardas da Revolução Islâmica, fizeram com que a confiança popular no Estado iraniano tivesse sido abalada. Os embargos económicos e as falhas do governo estão na origem da pobreza do país, e conduziram ao atraso da economia. Apesar de todos os recursos de petróleo e gás natural, o PIB iraniano caiu de 500 mil milhões de dólares para apenas 350 mil milhões. O país depara-se com altas taxas de desemprego e de inflação. A isto, acrescem também os problemas com a infraestrutura. Um dos elementos notáveis das manifestações foram as questões étnicas. A descriminação étnica sobressai como razão para a oposição ao regime, por parte de alguns grupos e de protestantes individuais, como foi o caso dos árabes em Ahwaz, dos balujis no leste do Irão, dos curdos na parte ocidental do Irão e também nas zonas turcomanas.