Oposição denuncia perseguição policial
Militantes da oposição na Guiné Equatorial denunciaram ontem que continuam confinados na sede do partido, nos arredores da capital, Malabo, e cercados pelas forças de segurança oficiais, noticiou ontem a agência espanhola EFE.
O líder do partido Cidadãos para a Inovação (CI), Nsé Obiang Obono, disse à EFE, por telefone, que está iminente a detenção das cinco dezenas de militantes confinados no edifício, entre os quais uma menor de idade, e pediu a intervenção das Nações Unidas.
“É o nono dia de assédio. Esta manhã (de ontem), alguns militantes do partido tentaram trazer-nos comida e água e foram detidos pelas forças de segurança”, contou o interlocutor. “Em resultado de uma possível visita de um representante das Nações Unidas, o Governo levou os militantes do partido que deteve para prisões desconhecidas”, relatou o político.
A agência Lusa tentou falar com Gabriel Obono, mas não conseguiu estabelecer contacto. “Se nos levarem, é a morte”, alertou María Jesús Mené Bobapé, mulher de Obono, também em declarações à EFE, a partir da sede do partido, uma vivenda com muros altos localizada numa zona degradada na periferia da capital, à qual se pode aceder apenas por uma rua, agora cortada pelos militares.
De acordo com o único partido político da oposição com representação parlamentar na Guiné Equatorial, as Nações Unidas devem enviar um representante ao país, na próxima semana, mas carece de confirmação.