“O Pensador” pode ter dimensão internacional
A internacionalização do Pensador é uma das apostas do Ministério da Cultura para os próximos anos
Angola pretende internacionalizar a figura do Pensador, uma das mais belas estatuetas de origem tchokwe e símbolo da cultura nacional. O Ministério da Cultura está a trabalhar para encontrar uma plataforma de entendimento nesse sentido. Segundo a titular da pasta, Carolina Cerqueira, ainda não existe consenso sobre a matéria. Carolina Cerqueira que hoje preside na província Lunda-Norte, ao acto central do Dia Nacional da Cultura, disse que o ministério está empenhado em fazer o levantamento de toda a memória histórica tradicional da cultura angolana, para selecionar um grupo de obras que podem se candidatar a património nacional e mundial. O Dia Nacional da Cultura foi instituído em 1986, na sequência do discurso pronunciado pelo primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, a 8 de Janeiro de 1979, durante a tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos (UEA).
O Ministério da Cultura está a trabalhar para encontrar uma plataforma de entendimento quanto à internacionalização da figura do Pensador, um símbolo da Cultura Nacional, garantiu no sábado, no Dundo, a titular da pasta à imprensa.
Carolina Cerqueira, que hoje preside ao acto central do Dia da Cultura Nacional, na província da Lunda Norte, afirmou que a decisão ainda não é consensual por existirem várias ideias sobre a figura do Pensador na região das Lundas e na província do Uíge.
Para a ministra, a riqueza cultural da Lunda Norte é um acervo importante da memória e da tradição do povo angolano. Por este facto, o pelouro que dirige está empenhado em fazer o levantamento de toda a memória histórica tradicional da cultura angolana, no sentido de seleccionar um grupo de criações artísticas que podem candidatar-se a património nacional e mundial.
A Lunda Norte, afirmou Carolina Cerqueira, é um pólo importante do desenvolvimento cultural do país, que pode contribuir para o crescimento económico e o desenvolvimento humano da cultura, em função das indústrias culturais e criativas que vão poder ter um grande peso na economia local, dada a especificidade de ser uma província rica no artesanato, no folclore e nas tradições.
A ministra realçou a necessidade da reabertura do Museu Regional do Dundo, que depois da conclusão da primeira fase e a reabertura ao público em 2012, persistiram alguns problemas que levaram ao seu encerramento. A situação, segundo a ministra da Cultura, vai ser abordada com o Governo da Província para que o departamento ministerial da Cultura possa prestar o apoio necessário para possibilitar que a importante instituição museológica esteja ao serviço da população e dos turistas.
A nova imagem do museu, segundo a ministra, é o resultado de investimento do Executivo para proporcionar serviços de cultura, juntando a infra-estrutura moderna com a riqueza existente da cultura cokwe. “O museu regional do Dundo, mereceu um grande investimento do Executivo e sendo uma obra do tempo colonial, foi reparado e restaurado para que hoje seja o orgulho do povo da região”, salientou.
Durante a estadia de três dias no Dundo, Carolina Cerqueira está a trabalhar com o Governo Provincial da Lunda Norte, Nesse âmbito, vai auscultar os profissionais e agentes ligados ao movimento cultural e colher informações sobre a figura da Muana Pwó, assim como vai deixar algumas orientações para o desempenho do sector da Cultura aos membros da direcção provincial.
A preparação do Carnaval, no âmbito das orientações emanadas e da auscultação dos grupos carnavalescos em função das dificuldades para encontrar soluções para desfilares também vai merecer uma atenção especial da ministra da Cultura.
“O museu regional do Dundo, mereceu um grande investimento do Executivo e sendo uma obra do tempo colonial, foi reparado e restaurado para que hoje seja o orgulho do povo da região”
Construção de centros
A construção de centros culturais em todas as capitais das províncias, de forma a facilitar a apresentação das criações artísticas pelos agentes culturais e evitar gastos com o aluguer de espaços, constam das prioridades do Ministério da Cultura para os próximos anos.
O anúncio foi feito, no Dundo, pela ministra Carolina Cerqueira, que afirmou ser necessário que sejam integrados nos serviços públicos os centros culturais para servir o cidadão e as classes especializadas.
A governante sublinhou que o Ministério da Cultura recebeu orientações do Chefe de Estado e vai avançar com apoios de algumas instituições na materialização desta estratégia, apesar da situação económica e financeira do país.
“Temos de criar condições para proporcionar a cada agente cultural a oportunidade e a possibilidade de poder demonstrar as suas habilidades, o seu talento e as suas criações”, disse Carolina Cerqueira, acrescentando que as dificuldades dos criadores são as mesmas dos outros sectores sociais.
O orçamento do Ministério da Cultura, referiu a titular da pasta, é muito inferior para as várias necessidades, por não ser um sector produtivo.