Estados Unidos desestabilizam toda região do Médio Oriente
O ministro dos Negócios estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, considerou ontem que as políticas desestabilizadoras e intervencionistas dos Estados Unidos têm fomentado e complicado as várias crises no Médio Oriente.
“A intervenção norte-americana na região é a principal razão para alimentar as actuais crises e para complicá-las ainda mais”, afirmou Zarif, ao discursar perante cerca de 200 peritos nacionais e internacionais reunidos em Teerão na II Conferência de Segurança.
Para o chefe da diplomacia iraniana, “os Estados Unidos continuam a ignorar a realidade da região e persistem nas políticas desestabilizadoras e destrutivas, como, por exemplo, mantendo a presença militar ilegal na Síria”. “A ocupação da Palestina continua a ser o problema mais crítico que a região e o mundo inteiro enfrentam. Todos os assuntos regionais estão influenciados directa ou indirectamente por esta grande ameaça”, afirmou Zarif, aludindo a Israel.
Em relação à Arábia Saudita, o chefe da diplomacia iraniana considerou que a continuação da intervenção militar da coligação militar liderada por Riade no Iémen constitui outra fonte importante de tensão.
Zarif criticou também a Arábia Saudita pelas ambições manifestadas, considerando que nenhum país pode procurar uma hegemonia regional, condenando ainda a compra em massa de armas e a corrida ao armamento no Médio Oriente.
O governante iraniano defendeu, nesse sentido, o diálogo e a cooperação entre os países da zona para que, juntos, enfrentem os actuais riscos, entre eles, destacou, o terrorismo e os separatismos de algumas regiões, como o Curdistão iraquiano.
As autoridades iranianas estão há mais de uma semana a acusar Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita de estarem por trás dos recentes protestos antigovernamentais no Irão. “Os Estados Unidos usaram todos os meios para dar um golpe duro, mas foram derrotados”, afirmou o general. As Nações Unidas deram início ao inquérito especial sobre os recentes massacres dos seus 15 capacetes azuis e o ferimento de várias dezenas de outros soldados na região leste da República Democrática do Congo (RDC), declarou um seu porta-voz.
Um mês após o massacre de 15 capacetes azuis e os ferimentos de várias dezenas de outros na sequência do ataque mais mortífero contra uma missão da ONU em mais de 25 anos. Segundo o porta-voz, o Secretário-Geral, António Guterres, disse que o inquérito está a ser dirigido por um alto responsável dos capacetes azuis reformado, Dmitry Titov, da Rússia, no território de Beni, na província de Kivu-Norte, no leste da RD Congo.
Em causa está o ataque de 7 de Dezembro do ano passado contra uma base da Missão Multidimensional Integrada da ONU para a Estabilização da RDC (MONUSCO) em Semuliki, em Beni, e que fez 15 mortos, todos os capacetes azuis tanzanianos, mais de 43 outros feridos e um dado como desaparecido até ao momento.
As Nações Unidas indicaram que este inquérito especial vai examinar as circunstâncias desta ofensiva, avaliar o nível de preparação geral da MONUSCO, a resposta a dar aos acontecimentos e às recomendações sobre como impedir a repetição de tais actos no futuro.
A missão de inquérito, que inclui dois oficiais do Exército tanzaniano, desloca-se em Janeiro corrente à RD Congo e igualmente aos países afectados na região dos Grandes Lagos em África.
Nas Nações Unidas desde 1991, Tivo desempenhou as funções de Secretário-Geral adjunto para o Estado de Direito e Instituições de Segurança no seio do Departamento das Nações Unidas para as Operações de Manutenção da Paz (DPKO) de 2007 a 2017.
Também já foi o director para África do Escritório das Operações de Manutenção da Paz junto do DPKO.