Manifestantes reclamam da violência da Polícia
Perto de 780 pessoas foram detidas na Tunísia desde o início, na segunda-feira, dos tumultos sociais devido a medidas de austeridade, indicou ontem o Ministério do Interior.
O movimento “Fech Nestannew (O que é que esperamos)”, que lançou no início do ano a contestação à subida dos preços, apelou a uma nova mobilização para hoje no centro de Tunes.
Num comunicado divulgado ontem, a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional (AI) pede às forças de segurança para “não utilizarem força excessiva” e deixarem de recorrer a manobras de intimidação contra manifestantes pacíficos.
Para a AI, as autoridades tunisinas devem garantir a segurança dos manifestantes não violentos e que as forças de segurança só recorrem à força quando é absolutamente necessário e que o fazem de modo proporcional para proteger os direitos de todos. Vários militantes de esquerda foram detidos nos últimos dias e o Governo acusa os manifestantes de estarem a ser manipulados pela oposição.
Algumas dezenas de membros da Frente Popular, um partido de esquerda, manifestavam-se ontem de manhã diante do tribunal de Gafsa, indicou um correspondente da agência France Presse, após a detenção na véspera de dois responsáveis locais do partido e de um responsável sindical acusados de incitação aos motins.
Segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Khlifa Chibani, não foi registado qualquer acto de violência, roubo ou pilhagem na noite de quinta-feira para hoje, após três noites consecutivas de tumultos.
Khlifa Chibani afirmou à rádio privada Mosaique FM que os confrontos entre jovens e polícias tinham sido “limitados” e “sem gravidade”. Adiantou, no entanto, que 151 pessoas envolvidas em actos de violência tinham sido detidas na quinta-feira, fazendo subir o número de detenções para 778 .