Jornal de Angola

Executivo ainda sem decisão sobre subida dos combustíve­is

A alteração do valor do kwanza em relação ao dólar não implica uma subida automática dos preços dos combustíve­is, refere fonte oficial, sem descartar eventuais ajustes no futuro

- Cristóvão Neto

O Executivo ainda não decidiu se aumenta os preços dos combustíve­is depois do ajustament­o cambial que, na terça-feira, iniciou um regime de flutuação da moeda nacional e provocou uma primeira depreciaçã­o do kwanza de dez por cento, soube o Jornal

de Angola de fonte oficial. O kwanza passou de 166,749 para 185,020 kwanzas por dólar, mas a mesma fonte declarou que o Executivo ainda está a avaliar com a Sonangol se os custos associados aos refinados de petróleo também se alteraram ao ponto de exigirem já um aumento dos preços dos combustíve­is. A fonte deixou claro que o Executivo não vai concordar com a introdução de um programa de assistênci­a financiado pelo Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), optando, antes, por uma emissão de Eurobonds para financiar parcialmen­te o défice do Orçamento Geral do Estado (OGE), que este ano se situa em 2,9 por cento.

O Executivo ainda não decidiu se aumenta os preços dos combustíve­is depois do ajustament­o cambial que, na terça-feira, iniciou um regime de flutuação da moeda nacional e provocou uma primeira depreciaçã­o do kwanza de dez por cento, soube o Jornal de

Angola de fonte oficial. O curso da moeda angolana passou de 166,749 para 185,020 kwanzas por dólar, mas uma fonte conhecora do processo declarou que o Executivo ainda está a avaliar com a Sonangol se os custos associados aos refinados de petróleo também se alteraram ao ponto de exigirem já um aumento dos preços dos combustíve­is.

“É necessário fazer primeiro uma análise de custos da empresa. Estamos a avaliar”, afirmou a fonte que considerou que a alteração do curso do kwanza não implica uma subida automática dos preços dos combustíve­is.

A fonte, que analisava as implicaçõe­s do Plano Intercalar de seis meses - para aplicar em Outubro e Março -, e do Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica (PEM), revelou a decisão do Executivo de introduzir um programa de privatizaç­ões impulsiona­do pelo mercado de capitais.

Dispersão bolsista

“Há vontade política de avançar com o mercado de capitais”, declarou a fonte, apontando a criação de uma comissão multi-sectorial para lidar com o processo, na qual têm assento representa­ntes da Comissão do Mercado de Capitais (CMC), o organismo regulador, e da Bolsa da Dívida e Valores de Angola (BODIVA).

A primeira dessas experiênci­as ocorre já com a privatizaç­ão de Angola Telecom, anunciada para o os primeiros três meses, numa operação em que a passagem de mãos do capital da companhia pública de telecomuni­cações ocorre, parcialmen­te, por dispersão bolsista. A decisão do Governo, disse, é a de autorizar uma dispersão bolsista parcial do capital das empresas a privatizar e da elevação dos padrões daquelas que se afigurarem menos apetecívei­s para os investidor­es.

FMI: a resposta é não

A fonte deixou claro que o Executivo não vai concordar com a introdução de um programa de assistênci­a financiado pelo Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), optando, antes, por uma emissão de Eurobonds para financiar parcialmen­te défice que, este ano, se situa em menos de 3,00 por cento do Produto Interno Bruto, por imperativo das noções de consolidaç­ão fiscal introduzid­as pela aplicação do PEM.

“A resposta é não”, declarou a fonte quando indagada a respeito de um programa conjunto financiado pelo FMI, confirmand­o o projecto do Governo estar a decidir uma emissão de Eurobonds - títulos de dívida emitidos sobre o estrangeir­o - apesar da degradação do “rating” soberano de Angola.

O plano, revelou, consiste em emitir títulos para alargar a curva da dívida de Angola - uma equação e que o grosso do “stock” da dívida se situe mais a médio e longo prazo que a curto prazo.

“Se mantivermo­s a actual trajectóri­a da dívida, o ‘rating’ de Angola vai ser ainda mais degradado”, afirmou a fonte para aferir o valor estratégic­o da operação projectada para o ano em curso.

A fonte acrescento­u que a expectativ­a é de uma emissão com maturidade de dez anos e bem sucedida, depois dos juros da dívida angolana terem caído de 9,00 para 7,00 por cento no mercado internacio­nal.

Executivo ainda está a avaliar com a Sonangol se os custos associados aos refinados do petróleo também se alteraram

 ??  ?? CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Antes de decidir, Governo quer analisar os custos gerados pela depreciaçã­o
CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Antes de decidir, Governo quer analisar os custos gerados pela depreciaçã­o

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola