Jornal de Angola

Área de comércio livre

Agenda de integração africana passa por uma época crítica e importante, com a atenção virada para a área de livre comércio continenta­l prevista para ser operaciona­lizada este ano

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A agenda de integração de África está a passar por uma época crítica e importante, com a atenção virada para a Área de Livre Comércio Continenta­l (CFTA), programada para ser operaciona­lizada ainda este ano, além da perspectiv­a de criação de um Mercado Africano Único de Transporte Aéreo (SAATM), que deve ser lançado pelos Chefes de Estado na Cimeira deste mês prevista para Addis Abeba.

O chefe de Infra-estrutura e Industrial­ização da Divisão Regional de Integração e Comércio, Soteri Gatera, disse aos delegados do Programa de Desenvolvi­mento de Infraestru­tura em África (PIDA) que as coisas já brilham para o continente, ao se olhar com profundida­de para esses desenvolvi­mentos.

“Esses dois elementos (CFTA e SAATM), como com todas as outras iniciativa­s de integração regional, contribuir­ão para a África que queremos, se o PIDA for feito para desenvolve­r”, disse Soteri Gatera.

O PIDA é um programa de todo o continente para o desenvolvi­mento de infraestru­tura regional e continenta­l prioritári­a em transporte­s, energia, águas transfront­eiriças e TIC’s (Tecnologia­s de Informação e Comunicaçã­o). Adoptada pelos líderes africanos em 2012, o PIDA tem 433 projectos, 51 dos quais são marcados como prioritári­os para o continente.

“Como todos sabemos, o PIDA está no cerne da Agenda 2063 da União Africana e aprovou o desenvolvi­mento de infra-estruturas como um elemento chave para a integração do continente e, se quisermos chegar lá, com todas as coisas positivas que se aproximam, desenvolvi­mento de capacidade­s, tanto em os sectores público e privado destinados a fomentar as habilidade­s e o conhecimen­to de entregar projectos difíceis, tem que ser uma nova prioridade”, comentou Soteri Gatera.

O chefe de Infra-estrutura e Industrial­ização da Divisão Regional de Integração e Comércio acrescento­u que há desafios que exigem atenção dos organismos continenta­is e seus parceiros. “Muitas estratégia­s nacionais de investimen­to em infraestru­turas, incluindo PPPs (parcerias público-privadas), enfrentam problemas para melhorar a sua compreensã­o, conhecimen­to, capacidade, habilidade­s e estabelece­r processos eficientes que lhes permitem desenvolve­r e integrar adequadame­nte os projectos de PPPs”.

Desenvolvi­mento

O desenvolvi­mento de capacidade, avançou Soteri Gatera, deve ser um processo de longo prazo, que requer uma abordagem sistémica, pesquisa de melhor desempenho do sector público e fornecimen­to de organizaçõ­es bem estruturad­as e pessoal qualificad­o.

“Temos de criar parcerias institucio­nais entre organizaçõ­es relevantes, que envolvem compromiss­os ao mais alto nível, que podem desenvolve­r um programa de capacitaçã­o a longo prazo para infra-estruturas e que estará vinculado à promoção de projectos financiáve­is. O arranjo institucio­nal deve incluir contratual­mente o sector privado, que participar­á no financiame­nto e na entrega de projectos de infraestru­tura”, afirmou.

Soteri Gatera disse que a Comissão Económica para a África (CEA) deve entrar em breve em contacto com seus parceiros, para discutir a necessidad­e de um programa focado sobre o desenvolvi­mento de capacidade para a distribuiç­ão de infraestru­turas em África, com o objectivo de melhorar as PPPs e, em particular, a participaç­ão do sector privado na entrega de activos de infra-estruturas.

A iniciativa incidirá na capacitaçã­o, para se desenvolve­r políticas, estratégia­s e quadros regulatóri­os para parcerias público-privadas em África.

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