Jornal de Angola

Populares agastados com os serviços de identifica­ção e registo civil

-

populares de todas as idades: crianças de tenra idade, jovens e anciãos. Eles têm os rostos amuados, próprios dos que não pregaram o suficiente sono para recompor as energias. De repente um silêncio toma o espaço.

Dois homens juntaramse, em horários diferentes, à multidão para predizer, em voz estridente, as linhas orientador­as da Bíblia. O tempo corre, mas a conversa entre os populares está à volta dos mosquitos. A ser verdade, o paludismo foi transporta­do por culpa de um serviço ainda deficiente. Nem mesmo as crianças que dormiram ao relento vão ser poupadas da endemia. Deolinda conta que é um sofrimento muito grande para estas crianças, reprovando a forma como as pessoas são tratadas para obter o registo.

São sete horas e 15 minutos, seis guardas de uma empresa privada e dois agentes aproximam-se. Mas, dona Helena corre, por instantes, para ver o bebé no carro. Ninguém vai ao interior do SIAC sem passar por uma triagem destes efectivos.

Passam pente fino aos documentos. Se faltar algum é expulso da fila indiana, sem contemplaç­ões. Depois de 60 pessoas, os demais são mandados para casa. Desabafos com altivez que faltam páginas para os reproduzir.

“Isso não pode”. “Andam a brincar com as pessoas”. “Que raio de abuso”.

“Vocês trabalham mal”. “Se os serviços são pagos, deviam atender todos”. “Quando é que o país vai mudar”. A maioria ficou impedida de tratar a cédula pessoal e/ou o Bilhete de Identidade, daí que hajam pessoas que mesmo em idade adulta estão sem cidadania. No átrio do SIAC, os assentos corridos de betão são insuficien­tes para acolher mais de três centenas de pessoas que procuram por vários serviços. É, uma constataçã­o!

 ??  ?? Observam-se
Observam-se

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola