Populares agastados com os serviços de identificação e registo civil
populares de todas as idades: crianças de tenra idade, jovens e anciãos. Eles têm os rostos amuados, próprios dos que não pregaram o suficiente sono para recompor as energias. De repente um silêncio toma o espaço.
Dois homens juntaramse, em horários diferentes, à multidão para predizer, em voz estridente, as linhas orientadoras da Bíblia. O tempo corre, mas a conversa entre os populares está à volta dos mosquitos. A ser verdade, o paludismo foi transportado por culpa de um serviço ainda deficiente. Nem mesmo as crianças que dormiram ao relento vão ser poupadas da endemia. Deolinda conta que é um sofrimento muito grande para estas crianças, reprovando a forma como as pessoas são tratadas para obter o registo.
São sete horas e 15 minutos, seis guardas de uma empresa privada e dois agentes aproximam-se. Mas, dona Helena corre, por instantes, para ver o bebé no carro. Ninguém vai ao interior do SIAC sem passar por uma triagem destes efectivos.
Passam pente fino aos documentos. Se faltar algum é expulso da fila indiana, sem contemplações. Depois de 60 pessoas, os demais são mandados para casa. Desabafos com altivez que faltam páginas para os reproduzir.
“Isso não pode”. “Andam a brincar com as pessoas”. “Que raio de abuso”.
“Vocês trabalham mal”. “Se os serviços são pagos, deviam atender todos”. “Quando é que o país vai mudar”. A maioria ficou impedida de tratar a cédula pessoal e/ou o Bilhete de Identidade, daí que hajam pessoas que mesmo em idade adulta estão sem cidadania. No átrio do SIAC, os assentos corridos de betão são insuficientes para acolher mais de três centenas de pessoas que procuram por vários serviços. É, uma constatação!