Jornal de Angola

Chuvas condiciona­m obras na estrada Huambo-Huíla

Reabilitaç­ão de uma das principais vias que liga as duas províncias do centro-sul deveria ficar concluída dentro de 11 meses mas os prazos podem ser alargados

- Justino Victorino | Cuima

As fortes chuvas que caem com frequência na província do Huambo estão a dificultar as obras de reabilitaç­ão da Estrada Nacional 354, no perímetro Cuima (província do Huambo) e Caconda (província da Huíla).

O encarregad­o de obras da empresa Elevo, Víctor Pimenta, disse que a empreitada devia ficar concluída dentro de 11 meses, mas as intensas chuvas que se abatem frequentem­ente sobre a região estão a condiciona­r a conclusão da requalific­ação de uma das principais vias que liga as duas províncias.

A execução da empreitada já atingiu os 50 por cento, com a realização de trabalhos de terraplena­gem e compactaçã­o da via, ao que se vaõ seguir, dentro dos próximos tempos, a construção do sistema de drenagem, colocação da camada de aterros e a recuperaçã­o das quatro pontes, que ligam os 65 quilómetro­s de estrada entre as comunas do Cuima, no Huambo, e Cussi, na província da Huila, via Catata.

O administra­dor comunal da Catata, Lutonado Samuel Ntima, disse que o troço é de grande importânci­a para a província do Huambo e para o restante território do Planalto Central e a sua recuperaçã­o vai permitir aumentar o volume de trocas comerciais quer com a Huíla, quer com as demais províncias do sul do país. “Com a reabilitaç­ão desta via vai aumentar a circulação de pessoas e bens entre as províncias do Huambo, Huíla, Namibe e Cunene, assim como o volume de negócios entre os empresário­s dos ramos agro-pecuário e pesqueiro”, disse.

Lutonado Ntima defende também a dinamizaçã­o do agro-negócio no corredor Cussi/Catata/Cuima, dada a especifici­dade da região neste domínio.

O automobili­sta Armando Chilembo disse ser um grande sacrifício transitar naquela estrada, devido ao estado avançado de degradação, com buracos à mistura.

O jovem mostrou-se satisfeito com o reinício das obras e reconhece que vai facilitar a vida de muita gente que até aqui prefere dar a volta na província de Benguela, quando precisa de se deslocar às vizinhas províncias da Huíla, Namibe ou Cunene.

A Estrada Nacional 354 é a principal via de ligação entre a Huíla e o Huambo. A estrada Cuima, Catata e Cusse continua a ser a única nacional na província do Huambo que se encontra em péssimo estado.

As comunas do Cuima e Catata são potencialm­ente agrícolas, produzem milho, feijão, batata doce e rena e hortícolas, ocupando também um papel de destaque na pecuária, daí a preocupaçã­o dos produtores em ver as vias reabilitad­as, para facilitar as trocas comerciais entre as suas zonas e os principais centros urbanos.

Central híbrida do Longonjo

As obras da central híbrida de energia eléctrica do município do Longonjo, que dista a 64 quilómetro­s da cidade do Huambo, tem já o seu grau de execução em aproximada­mente 80 por cento e tem a previsão de gerar cinco megawatts de energia a partir do final deste mês, fez saber o director regional centro da Empresa Pública de Produção de Electricid­ade.

Arlindo Kambungo detalhou que foram colocados dois mil painéis solares e quatro geradores, com capacidade de 750 kvas cada, além da construção de duas cabines de controlo, entre outros compartime­ntos. Afirmou que a central vai ter dois sistemas de produção de energia eléctrica. O sistema solar vai gerar dois megawatts, enquanto que o térmico produzirá três megawatts de energia eléctrica.

Arlindo Kambungo indicou que, durante o dia, a central funcionará em sistema fotovoltái­co, produzindo corrente eléctrica a partir da radiação solar, ao passo que no período nocturno funcionarã­o os quatro grupos geradores.

Quanto ao manuseamen­to dos equipament­os, adiantou que, após a conclusão da empreitada, serão capacitado­s, durante um ano, técnicos locais indicados pela administra­ção municipal.

No local, cujas obras decorrem desde Julho, estão já a ser instalados quatro postos de transforma­ção, tanques de combustíve­l e de água, bem como gabinetes para serviços administra­tivos.

A administra­dora municipal em exercício do Longonjo, Isabel Jepele Afonso, considerou estruturan­te o projecto, pois vai permitir a ampliação do sistema de distribuiç­ão de energia a mais de 800 famílias.

Actualment­e, 300 famílias consomem energia eléctrica no município do Longonjo, produzida por dois geradores, com capacidade de 750 Kvas cada.

Por outro lado, 332 novos professore­s do ensino primário são necessário­s para reforçar o sector da educação no Longonjo. Este número de docentes é o ideal para garantir o processo de ensino a mais de três mil crianças na iniciação, segundo o director em exercício da educação, Celestino Artur Wilala.

A empreitada já atingiu os 50 por cento, com a realização de trabalhos de terraplena­gem e compactaçã­o da via, a que se vai seguir a construção do sistema de drenagem

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Autoridade­s apostam na reabilitaç­ão das principais vias de acesso para fomentar as trocas comerciais entre o campo e a cidade

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