Oprah Winfrey pôs em evidência o grande “sonho americano”
a cerimónia de entrega dos prémios do Globo de Ouro, o anfitrião Seth Meyers fez uma brincadeira sobre a possibilidade de Oprah Winfrey - a apresentadora de TV mais famosa dos Estados Unidos - se candidatar à Presidência do país.
Pouco depois, na mesma cerimónia, ela subiu ao palco para receber o prémio Cecil B. DeMille, em reconhecimento ao sucesso da sua carreira, fazendo um discurso em tom de reivindicação, e com um grande toque humano, em que tratou dos assédios e abusos sexuais ocorridos em Hollywood e enquadrou o tema num contexto mais amplo - garantindo que se trata de um problema que transcende culturas, espaços geográficos, raças, religiões, posições políticas ou local de trabalho.
Ele citou também a trágica história de Recy Taylor, uma americana estuprada por seis homens quando voltava de uma igreja no Estado do Alabama e a sua luta por Justiça. O ataque ocorreu em 1944, ano em que os Estados Unidos ainda viviam sob um regime de apartheid racial em que cidadãos negros eram considerados inferiores e não gozavam dos mesmos direitos que os brancos.
Recy era negra e seus estupradores brancos. Ela faleceu no fim do ano passado, no dia 28 de Dezembro. Testemunhou o fim do apartheid, em 1964, recebeu um pedido formal de desculpas da Justiça em 2011, mas não chegou a ver a punição dos seus agressores. Apesar de terem confessado o crime, nunca foram indiciados.
O discurso de Oprah foi aplaudido de pé e incendiou as redes sociais, onde a ideia da sua possível candidatura presidencial obteve forte apoio. Logo na altura o Partido Democrata veio a público reivindicar o apoio de Oprah Winfrey recordando os tempos em que ela havia manifestado a sua total solidariedade, primeiro com Barack Obama, e depois com Hillary Clinton.