Jornal de Angola

Centro de acolhiment­o recebe bens da China

- Carla Bumba

Ester Bueti, 21 anos, é uma das dezenas de raparigas acolhidas pelo centro de acolhiment­o “Horizonte Azul”. Chegou ao lar com apenas dez “anitos”, abandonada pelos familiares. Apesar do sofrimento, a jovem lutou pela materializ­ação dos seus sonhos. Alguns deles foram realizados quando, afirma, encontrou uma nova família que, desde então, a cuida com paciência, carinho e muito amor.

Contra todos os constrangi­mentos possíveis, Ester Bueti lutou com todas as suas forças e, os indícios de vitória, já são visíveis. Prosseguiu a luta e, hoje, frequenta o segundo ano da Faculdade de Direito da Universida­de Agostinho Neto, embora o seu maior sonho seja o de trabalhar em Comunicaçã­o Social. Aliás, para alicerçar o desígnio almejado já começou a exercitar, assumindo o papel de mestre de cerimónias do centro.

A jovem assegura que o centro transformo­u positivame­nte a sua vida, a fez mulher madura e pronta para enfrentar os desafios da sociedade, na medida em que a instituiçã­o deu-lhe a possibilid­ade de aprender muita coisa. “Enfrentamo­s muitas dificuldad­es e pedimos à sociedade que nos proporcion­e mais apoios”, apelou em determinad­a ocasião.

Esse grito de socorro foi escutado pela Associação de Amizade dos Povos de Sino -Angola, que fez sábado a entrega de um donativo composto por bens diversos. Com este gesto, as dificuldad­es que enfrentam Ester Bueti e outras 94 meninas do Lar “Horizonte Azul” em material escolar e bens alimentare­s ,estão minimizada­s, por enquanto.

Constituíd­o por cadernos, lápis de cor, canetas e mochilas, arroz, massa alimentar, óleo vegetal, água mineral, cebola, farinha, alho, feijão e sumos, os bens foram entregues numa cerimónia presidida por Leo Zhang, vice-secretário geral da associação. Leo Zhang afirmou, na ocasião, que a entrega de donativos aos lares de acolhiment­o de crianças em Angola faz parte dos objectivos que nortearam o surgimento do grupo, integrado por empresas chinesas que actuam nos ramos económico, educativo e do turismo.

A directora adjunta do lar, Henriqueta Pinto, agradeceu o gesto da associação e assegurou que os bens doados vão ajudar a minimizar as necessidad­es que as 95 meninas enfrentam, principalm­ente em material escolar.

A funcionar há 17 anos, o lar ministra aulas da primeira à 6ª classe. As meninas mais crescidas são encaminhad­as para estudar fora do centro. Geralmente, elas chegam ao lar a partir dos seis anos, quase todas, abandonada­s por familiares e, mediante solicitaçã­o do Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, o centro as recepciona e garante a orientação delas rumo a um futuro que se afigure mais sustentáve­l socialment­e.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Crianças recebem mochilas

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