Meia centena de Presidentes no fórum de Davos
O Chefe de Estado, que encabeça a delegação angolana, vai intervir no painel consagrado ao desenvolvimento da energia no continente africano, num encontro em que devem participar mais de 100 estadistas e representantes de multinacionais
Discurso de abertura do fórum, que é celebrado anualmente nesta estação de esqui de 12 mil habitantes vai ser feito pelo primeiro-ministro indiano. Líderes de países do G7 e responsáveis de organizações internacionais estarão presentes.
O Presidente da República, João Lourenço, chega hoje a Davos para junto dos seus pares e da elite da finança mundial falar sobre energia e mobilizar investimento para o país.
Mais de 100 estadistas e representantes das grandes multinacionais e de organizações financeiras internacionais são aguardados em Davos, Suíça, para o 48.º Fórum Económico Mundial, que decorre de 23 a 26 deste mês naquela região turística dos Alpes suíços.
Em declarações ontem à noite à imprensa angolana, em Zurique, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, afirmou que a presença do Presidente da República em Davos, a primeira de um Chefe de Estado angolano desde a criação do Fórum, em 1971, é aguardada com grande expectativa.
Confirma isso, segundo Manuel Augusto, o grande número de pedidos de audiências solicitadas ao Chefe de Estado angolano.
Questionado sobre o início hoje, em Lisboa, do julgamento do processo que envolve o ex-Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, o ministro das Relações Exteriores afirmou que não estava ao corrente se o julgamento tem mesmo lugar hoje, mas se isso ocorrer é um assunto da competência das autoridades judiciais portuguesas, embora o Estado angolano mantenha a sua anterior posição, de ver transferido o processo para a justiça angolana.
Quanto a eventuais zonas cinzentas nas relações entre Angola e Portugal devido ao “caso Manuel Vicente”, o ministro das Relações Exteriores disse que as relações entre os dois países são insubstituíveis, atingiram tons e níveis de excelência, tanto é assim que amanhã, terça-feira, o Presidente da República, João Lourenço, vai ter um encontro com o Primeiro-Ministro português, António Costa, em Davos, à margem do Fórum Económico Mundial.
Quanto ao processo de redução de pessoal e de embaixadas de Angola, que vazou nas redes sociais, Manuel Augusto admitiu que de facto o estudo existe e o Ministério das Relações vai continuar a trabalhar para dignificar os quadros e as instituições diplomáticas do país.
Antes poucas missões diplomáticas com qualidade e dignidade do que ter muitas espalhadas pelo mundo sem dignidade, sublinhou Manuel Augusto, que em Zurique com o ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, Diamantino de Azevedo, se juntam esta tarde à comitiva presidencial em Davos.
Agenda
De acordo com a Angop, o Chefe do Estado angolano é acompanhado pelo ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, e pelos ministros da Economia e Planeamento, Pedro Luís da Fonseca, e da Energia e Águas, João Baptista Borges.
Entre os vários actos previstos, o Presidente João Lourenço tem uma intervenção no painel consagrado ao desenvolvimento da energia no continente africano, subordinado ao tema “Acelerando o acesso à energia em África”. Este ano, o Fórum de Davos, fundado em 1972 pelo professor de economia suíço Klaus Schwab, junta mais de três mil delegados em representação de uma centena de países. O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, está desde a noite de sábado em Zurique, Suíça, sendo o primeiro membro da delegação angolana a chegar ao local do encontro, que se estende até sexta-feira.
A participação de Angola no certame tem como epicentro o painel dedicado ao tema “Acelerar o Acesso à Energia em África”, a decorrer a seguir à cerimónia oficial de abertura do Fórum, ao fim da manhã de terça-feira.
Também conhecido por Fórum de Davos, o Fórum Económico Mundial é uma organização sem fins lucrativos, criado em 1971, que promove encontros anuais entre líderes políticos, economistas, jornalistas e intelectuais de diversas partes do mundo. O seu fundador e presidente é o economista e empresário alemão Klaus Schwab.
O Fórum Económico Mundial é realizado, desde 1974, no final do mês de Janeiro de todos anos.
A presença do Presidente da República, a primeira de um Chefe de Estado angolano desde a criação do Fórum, em 1971, é aguardada com grande expectativa