Os governantes e o sector empresarial privado
O Executivo já fez saber que quer um maior protagonismo do sector empresarial privado na economia. O Estado precisa de parceiros privados para aquecer a economia
O Governo está empenhado em criar um ambiente de negócios no país para que o investimento privado esteja na primeira linha do fomento do crescimento económico. O novo Executivo entende, pelos sinais que tem dado, que a classe empresarial privada não deve ter uma actividade residual, mas estar no centro das grandes transformações económicas, que devem passar pela promoção de mais empregos, na perspectiva de o Estado deixar de ser o maior empregador.
O sector empresarial privado deve ser considerado um parceiro do Estado neste processo de aumento da produção interna de bens e serviços, no quadro da diversificação da economia. O Executivo entende que as empresas são agentes económicos incontornáveis, numa economia de mercado, pelo que faz sentido a decisão do Governo de iniciar brevemente um processo de auscultação ao sector empresarial privado, no sentido de recolher contribuições para a execução do Programa de Apoio à produção , Diversificação das Exportações e Substituições de Importações.
O país tem necessidade de muitas empresas, particularmente pequenas e médias unidades de produção. Um pequeno número de grandes empresas privadas não resolve um dos nossos grandes problemas económicos, o desemprego. Uma meia dúzia de empresas pode ter bons negócios, mas não consegue absorver todos os que procuram um emprego.
Vários países do mundo tiveram de prestar grande atenção às pequenas e médias empresas, quando se viram confrontados com a crise económica e financeira mundial. Vale a pena estudar a experiência de países que tomaram medidas no sentido de se fomentar a criação e a sustentação de pequenas e médias empresas, para promover o crescimento económico . O que é importante é a execução dos programas.
Temos graves problemas, não na concepção dos programas, mas, na sua execução, talvez porque não tem havido um sistema de acompanhamento e controlo do que está a ser executado, para se verificar se os resultados previstos estão a ocorrer.
Tem de se acabar com o hábito de se passar ao lado das situações geradoras de problemas para os cidadãos, quando há a obrigação de se intervir para os resolver oportunamente. A avaliação periódica dos programas concebidos pelo Estado e que têm de ser executados num determinado período tempo é indispensável.
Os servidores públicos devem, ao seu nível, trabalhar no sentido de as populações sentirem o impacto positivo das políticas públicas. O diálogo entre os governantes e o sector empresarial privado poderá marcar um novo ciclo de relacionamento entre o Estado e aqueles que, por via das suas empresas, produzem bens e serviços. É sabido que muitas empresas detidas por nacionais, tiveram, em virtude da crise económica e financeira, de fechar as suas portas ou de reduzir substancialmente a sua actividade produtiva, resultando daí o despedimento de um elevado número de trabalhadores.
Temos nosectorempresarial privado pessoas empreendedoras, com capacidade para contribuir para o aumento da produção nacional. É necessário acreditar nessa capacidade, devendo-se dar incentivos àqueles nossos compatriotas que já deram provas ou têm dado provas de que são capazes de realizar actividade produtiva geradora de riqueza e de empregos.
O Executivo já fez saber que quer um maior protagonismo do sector empresarial privado na economia. O Estado precisa de parceiros privados para aquecer a economia. No actual contexto de dificuldades económicas e financeiras, governantes e empresários são obrigados a ser criativos, para se encontrarem as soluções adequadas para os problemas. Já há muitas ideias sobre o rumo a seguir para ultrapassarmos a crise económica e financeira . É agora hora de actuar, com união de esforços, a fim de construirmos um país bom para se viver.