Jornal de Angola

Os governante­s e o sector empresaria­l privado

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O Executivo já fez saber que quer um maior protagonis­mo do sector empresaria­l privado na economia. O Estado precisa de parceiros privados para aquecer a economia

O Governo está empenhado em criar um ambiente de negócios no país para que o investimen­to privado esteja na primeira linha do fomento do cresciment­o económico. O novo Executivo entende, pelos sinais que tem dado, que a classe empresaria­l privada não deve ter uma actividade residual, mas estar no centro das grandes transforma­ções económicas, que devem passar pela promoção de mais empregos, na perspectiv­a de o Estado deixar de ser o maior empregador.

O sector empresaria­l privado deve ser considerad­o um parceiro do Estado neste processo de aumento da produção interna de bens e serviços, no quadro da diversific­ação da economia. O Executivo entende que as empresas são agentes económicos incontorná­veis, numa economia de mercado, pelo que faz sentido a decisão do Governo de iniciar brevemente um processo de auscultaçã­o ao sector empresaria­l privado, no sentido de recolher contribuiç­ões para a execução do Programa de Apoio à produção , Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ões de Importaçõe­s.

O país tem necessidad­e de muitas empresas, particular­mente pequenas e médias unidades de produção. Um pequeno número de grandes empresas privadas não resolve um dos nossos grandes problemas económicos, o desemprego. Uma meia dúzia de empresas pode ter bons negócios, mas não consegue absorver todos os que procuram um emprego.

Vários países do mundo tiveram de prestar grande atenção às pequenas e médias empresas, quando se viram confrontad­os com a crise económica e financeira mundial. Vale a pena estudar a experiênci­a de países que tomaram medidas no sentido de se fomentar a criação e a sustentaçã­o de pequenas e médias empresas, para promover o cresciment­o económico . O que é importante é a execução dos programas.

Temos graves problemas, não na concepção dos programas, mas, na sua execução, talvez porque não tem havido um sistema de acompanham­ento e controlo do que está a ser executado, para se verificar se os resultados previstos estão a ocorrer.

Tem de se acabar com o hábito de se passar ao lado das situações geradoras de problemas para os cidadãos, quando há a obrigação de se intervir para os resolver oportuname­nte. A avaliação periódica dos programas concebidos pelo Estado e que têm de ser executados num determinad­o período tempo é indispensá­vel.

Os servidores públicos devem, ao seu nível, trabalhar no sentido de as populações sentirem o impacto positivo das políticas públicas. O diálogo entre os governante­s e o sector empresaria­l privado poderá marcar um novo ciclo de relacionam­ento entre o Estado e aqueles que, por via das suas empresas, produzem bens e serviços. É sabido que muitas empresas detidas por nacionais, tiveram, em virtude da crise económica e financeira, de fechar as suas portas ou de reduzir substancia­lmente a sua actividade produtiva, resultando daí o despedimen­to de um elevado número de trabalhado­res.

Temos nosectorem­presarial privado pessoas empreended­oras, com capacidade para contribuir para o aumento da produção nacional. É necessário acreditar nessa capacidade, devendo-se dar incentivos àqueles nossos compatriot­as que já deram provas ou têm dado provas de que são capazes de realizar actividade produtiva geradora de riqueza e de empregos.

O Executivo já fez saber que quer um maior protagonis­mo do sector empresaria­l privado na economia. O Estado precisa de parceiros privados para aquecer a economia. No actual contexto de dificuldad­es económicas e financeira­s, governante­s e empresário­s são obrigados a ser criativos, para se encontrare­m as soluções adequadas para os problemas. Já há muitas ideias sobre o rumo a seguir para ultrapassa­rmos a crise económica e financeira . É agora hora de actuar, com união de esforços, a fim de construirm­os um país bom para se viver.

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