IDF precisa de mais fiscais
A província tem sérias dificuldades para fiscalizar as florestas, por possuir apenas sete técnicos, número muito aquém do pretendido, tendo em conta as vastas áreas arborizadas que a região possui e que são alvo de exploração ilegal de madeira
A província do Huambo precisa de mais 44 agentes fiscais para conter o corte indiscriminado de árvores nas áreas de exploração, soube ontem o Jornal de Angola junto da da Direcção Provincial do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF).
A direcção do Huambo do IDF indicou que a província tem sérias dificuldades para fiscalizar as florestas, por possuir apenas sete técnicos, número muito aquém do pretendido, tendo em atenção o número de florestas que a região possui e que é alvo de exploração ilegal de madeira.
Para diminuir o impacto desse mal que prejudica a natureza, está em curso na província um projecto de reflorestação, tutelado pelo Executivo, por meio do Ministério da Indústria e Agricultura, sob gestão da empresa privada de silvicultura Estrela da Floresta. Esta empresa foi constituída com o objectivo de desenvolver novas plantações florestais e reabilitar as antigas plantações de madeira e de celulose das regiões centro e sul.
O presidente do Conselho da Administração da Estrela da Floresta, Bernardo Freitas, lamentou o facto de a província do Huambo registar, nos últimos tempos, um aumento considerável no abate indiscriminado de árvores, situação a que o Governo, em parceria com a empresa pretende pôr cobro.
Bernardo Freitas disse que muitos madeireiros ilegais abatem árvores na calada da noite e transportam-nas para outras províncias onde o negócio é mais lucrativo, apontando o pinheiro como a espécie mais dizimada. Para Bernardo Freitas, “há necessidade e urgência de se por cobro à situação, razão pela qual o Governo do Huambo começou já a fazer diligências, para conter o corte e proteger os polígonos florestais existentes”.
O PCA da Estrela da Floresta reconheceu que o abate ilegal está a criar sérios problemas ambientais na província, como a desflorestação, a erosão, o surgimento de ravinas, a seca, a diminuição da produtividade agrícola, a alteração do ciclo hidrológico, a diminuição da fertilidade dos solos e a contaminação das águas, com as imprevisíveis consequências na alteração climática.
O gestor revelou que a prioridade para o repovoamento são as áreas que mais sofrem com o abate indiscriminado de árvores, concretamente os polígonos florestais de Sanguengue (município de Catchiungo) e Cuima (município da Caála).
Actualmente, a empresa desenvolve projectos nestas comunas, como o de construção de um centro para a indústria florestal, cuja finalidade é reanimar o sector económico e a replantação das áreas desmatadas.
Bernardo Freitas assegurou que a Estrela da Floresta é um novo conceito de empresa de silvicultura, que gere 18 áreas do Governo para o desenvolvimento de grandes superfícies de plantações. Além do Cuima e Sanguengue, a empresa desenvolve projectos similares no Alto Catumbela, na província de Benguela.
O 1º Inventário Florestal de Angola, cujos resultados foram apresentados no ano transacto, conclui que o país perde anualmente 160 mil hectares de área florestal em consequência de queimadas, agricultura itinerante, caça furtiva, abate para produção de carvão e exploração comercial.
“A taxa ainda está a um nível aceitável, mas é preciso não cruzar os braços em função dessa realidade”, recomenda o documento resultante do 1º Inventário Florestal.
Dados recolhidos por imagens satélite fornecidos pela agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) revelam que, além da agricultura itinerante e da caça furtiva, se assiste à extracção indiscriminada de madeira.
O documento atesta que as florestas em Angola têm potencial suficiente para fornecer aos cidadãos benefícios socioeconómicos e ambientais, contribuindo no combate da fome e da pobreza. A inventariação dos recursos florestais permitiu conhecer melhor o estado das florestas e obter informações quantitativas e qualitativas que vão ajudar a alavancar a planificação e aproveitamento sustentável.
PCA da Estrela da Floresta reconheceu que o abate ilegal está a criar sérios problemas ambientais na província, como a desflorestação, a erosão