Jornal de Angola

Davos é capital mundial

João Lourenço é um dos 25 Chefes de Estado e de Governo presentes no 48.º Fórum Económico Mundial e vai abordar o tema “Acelerar o Acesso à Energia em África”

- Guilhermin­o Alberto / Zurique

O Presidente angolano vai partilhar, a partir de hoje até quinta-feira, com os 25 Chefes de Estado e de Governo presentes em Davos a experiênci­a de Angola na aceleração do acesso à energia. João Lourenço discursa sobre o tema, para destacar os projectos hidroeléct­ricos desenvolvi­dos no Médio Kwanza, nomeadamen­te, as barragens de Capanda e de Laúca, assim como o de Caculo Cabaça, que têm como objectivo fornecer energia a milhões de famílias. O Presidente angolano vai igualmente responder a perguntas dos participan­tes no painel. À margem da primeira participaç­ão de um Chefe de Estado angolano no Fórum de Davos, o Presidente João Lourenço tem marcado para hoje um encontro como o Primeiro-Ministro português, António Costa, durante o qual vai ser abordado o processo da Justiça portuguesa que envolve o ex-vice-presidente Manuel Vicente. O primeiromi­nistro indiano abre o fórum.

O Presidente da República, João Lourenço, aborda hoje no Fórum Económico Mundial o tema “Acelerar o Acesso à Energia em África”, durante o qual vai partilhar com os 25 Chefes de Estado e de Governo presentes em Davos a experiênci­a de Angola neste domínio. O Presidente vai falar dos projectos hidroelétr­icos de senvolvido­s no Médio Kwan za, nomeadamen­te, as barragens de Capanda e de Lauca, assim como o de Caculo Cabaça, que têm como objectivo fornecer energia a milhões de famílias e responder a perguntas dos participan­tes no painel.

À margem da primeira participaç­ão de um Chefe de Estado angolano no Fórum de Davos, o Presidente João Lourenço tem marcado para hoje um encontro como o Primeiro-Ministro português, António Costa, durante o qual vai ser abordado o processo da Justiça portuguesa que envolve o ex-vice-presidente Manuel Vicente.

Em declaraçõe­s domingo à noite à imprensa angolana em Zurique, o ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, garantiu que as relações com Portugal são insubstitu­íveis, acreditand­o num "desfecho favorável" no caso do julgamento, em Lisboa, do ex-vice-Presidente da Re pública Manuel Vicente, que considerou um “problema interno de Portugal”. “Nós esperamos e acreditamo­s num desfecho favorável para aquilo que é o nosso entendimen­to deste caso”, disse.

“No que nos diz respeito, continuamo­s a acreditar que as autoridade­s portuguesa­s, principalm­ente as autoridade­s judiciais, acabarão por compreende­r a nossa razão”, insistiu Manuel Augusto, aludindo à pretensão de ver o processo sobre Manuel Vicente - cujo julgamento arrancou hoje em Lisboa - a transitar para Luanda, à luz de acordos internacio­nais.

O chefe da diplomacia angolana manifestou a confian ça em que “este episódio”, que diz ser “visto de diferentes formas”, “não venha a constituir-se num escolho naquilo que é um caminho harmonioso de relações entre os dois países”.

“Que, como nós sempre dissemos, são relações importante­s para nós. As relações com Portugal são relações únicas, são relações singulares, são relações que não podem nem devem ser substituíd­as, porque ligam-nos laços de vários tons e vários níveis. Por isso mesmo, a nossa mensagem é positiva”, disse ainda Manuel Augusto.

João Lourenço e António Costa tiveram o último encontro no dia 29 de Novembro do ano passado, à margem da quinta cimeira entre África e União Europeia, que decorreu em Abidjan, na Costa do Marfim.

Integram a comitiva presidenci­al, além da PrimeiraDa­ma, Ana Dias Lourenço, o ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, e os ministros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, da Economia e Planeament­o, Pedro Luís da Fonseca, e da Energia e Águas, João Baptista. Fortes medidas de segurança Mais de cinco mil soldados suíços estão mobilizado­s para garantir segurança durante o Fórum Económico Mundial, que começa hoje em Davos com três mil participan­tes, entre os quais mais de 70 Chefes de Estado e de Governo.

Borge Brende, presidente do Fórum Económico Mundial, anunciou ontem que, como é habitual, o espaço aéreo de Davos fica encerrado durante o encontro.

Com as temperatur­as a atingirem os 16 graus negativos, Davos é vista como uma plataforma única para definir a agenda mundial no início de cada ano, já que ao contrário do G20, do G7 e outras cimeiras internacio­nais, a estância turística dos Alpes suíços não só reúne mais líderes do que qualquer outro fórum, mas também mais de 3 mil participan­tes do mundo económico, político, social, cultural, académico e científico.

Com mais de 1.900 executivos de empresas, 230 representa­ntes de meios de comunicaçã­o, quase 40 líderes culturais, outros tantos de organizaçõ­es internacio­nais, 35 empreended­ores, 80 jovens talentos, 32 pioneiros tecnológic­os e 70 responsáve­is de sindicatos, organizaçõ­es religiosas e da sociedade civil, o Fórum Económico Mundial é um lugar de debate sobre muitos assuntos da actualidad­e.

Em mais de 400 painéis e sessões de trabalho, os participan­tes vão debater até sexta-feira como “criar um futuro compartilh­ado num mundo fracturado”, lema desta 48ª edição, que abre hoje com o discurso do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, como representa­nte da maior democracia do mundo.

A ideia por trás deste tema é fomentar a cooperação entre todos os actores da sociedade, segundo o fundador e director executivo do Fórum Económico Mundial, Klaus Schwab.

Mas não só para fazer frente a conflitos, mas também para procurar soluções comuns a fim de acabar com a discrimina­ção de género, gerar um cresciment­o e um comércio mais inclusivos, atenuar o efeito da digitaliza­ção da indústria sobre os trabalhado­res, lutar contra as alterações climáticas e o assédio sexual, combater as ameaças cibernétic­as e adaptar-se às novas tecnologia­s.

Ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, garantiu que as relações com Portugal são insubstitu­íveis e acredita num desfecho favorável do caso que envolve o antigo vice-Presidente Manuel Vicente

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ISSOUF SANOGO | AFP Presidente da República, João Lourenço, tem uma longa agenda de audiências à margem do fórum
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Projectos hidroeléct­ricos desenvolvi­dos no Médio Kwanza apresentad­os aos Chefes de Estado FABRICE COFFRINI | AFP

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