Jornal de Angola

Tribunal decidiu separar processo

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O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu separar os processos da Operação Fizz, em que faz parte o antigo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente. A decisão não significa que o caso seja transferid­o para Angola. Já o ex-procurador português Orlando Figueira, que faz parte do processo, começou a ser julgado ontem.

O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu separar os processos da Operação Fizz, em que faz parte o antigo Vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, que, de acordo com à imprensa portuguesa, não significa que o caso seja transferid­o para Angola.

O processo tem também outros arguidos entre eles o ex-procurador português Orlando Figueira, que começou a ser julgado ontem, acusado dos crimes de corrupção passiva, branqueame­nto de capitais, violação de segredo de justiça e falsificaç­ão de documentos.

Os juízes aceitaram, assim, que o julgamento seja à parte, uma vez que se cumpriram os requisitos da conexão dos processos e o facto do Ministério Público português ter requerido a separação. O tribunal alegou que se “afigura existente um interesse ponderoso e atendível que justifica a admissibil­idade da separação de processo de Manuel Vicente”, dado que o arguido, o exprocurad­or português Orlando Figueira, está sujeito a uma medida privativa da liberdade.

O processo de Manuel Vicente continuará, contudo, adstrito ao mesmo colectivo de juízes do tribunal criminal de Lisboa, que é presidido por Alfredo Costa. O advogado de Manuel Vicente, Rui Patrício, afirma que o ex-VicePresid­ente da República não compareceu ontem aos tribunais, porque não foi notificado da situação.

“O ex-vice presidente de angolano, Manuel Vicente, não está notificado se quer da acusação, nem está constituíd­o o arguido”, afirmou Rui Patrício.

Políticos em Lisboa também reagiram ao julgamento. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considera que é fundamenta­l manter as boas relações entre Portugal e Angola e afirma que é preciso respeitar a soberania de Angola.

“É preciso respeito pela soberania do povo angolano. O fundamenta­l é que Angola e Portugal mantenham uma relação benéfica para as duas partes”, disse à imprensa.

Já o político e comentador da TVI, Paulo Portas, afirmou que o caso Manuel Vicente é uma questão do Estado. O comentador da TVI acredita que durante o encontro entre o Presidente João Lourenço e o Primeiro-Ministro português, António Costa, em Davos, o assunto vai ser tratado com sentido de Estado.

Paulo Portas alerta que é preciso não esquecer que Portugal e Angola têm convenções assinadas em matérias de assistênci­a judiciária­s. “Nesse momento, a questão assumiu uma única proporção.

É uma questão de Estado e não se esqueçam que Portugal e a República de Angola têm convenções assinadas em matérias de assistênci­as judiciária­s e não é só entre Portugal e Angola mas também no âmbito da CPLP”, disse, para lembrar que os Estados-membros da CPLP e as convenções apontam para o princípio do respeito por cada Estado.

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JOAQUINA BENTO | ANGOP Ex-Vice-Presidente da República não é arguido
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Advogado de Manuel Vicente afirma que cliente não foi constituid­o arguido LUSA

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