Jornal de Angola

Conselho de Segurança analisa a situação militar em Afrine

-

Num anterior balanço dos ataques, o director de uma organizaçã­o local de defesa dos direitos humanos, Abdel Rahman,dava conta de oito mortos pertencent­es à mes ma família de deslocados originário­s da vizinha província de Idleb.

Em imagens enviadas por este porta-voz à agência noticiosa francesa AFP, podiam ver-se socorrista­s curdos a retirar cadáveres ensanguent­ados de uma estrutura de betão destruída.

OregimedeA­ncaratemac­usado insistente­mente a milícia, que tenta agora desbaratar, de ser o braço armado na Síria do Partido dos Trabalhado­res do Curdistão (PKK), uma organizaçã­o também por si classifica­da como “terrorista” que desde 1984 desenvolve uma “sangrenta guerrilha no interior da Turquia”. Para a Turquia, essa mesma milícia é também a espinha dorsal das Forças Democrátic­as Sírias (FDS), uma aliança de combatente­s curdos e árabes, supostamen­te apoiada pelos Estados Unidos na sua luta contra o grupo Estado Islâmico.

Milícia nega ofensiva

Ontem, um porta-voz das FDS negou que os soldados turcos tenham entrado em Afrin, como anunciaram as autoridade­s turcas. Um alto responsáve­l da organizaçã­o, Mustafa Bali, disse à agência de notícias EFE que existem, de facto, tentativas das tropas turcas para entrar em Afrin, localizada no noroeste da província de Aleppo, mas que estão a ser repelidas

O Conselho

pelas milícias curdas e os seus aliados, que controlam esse enclave.

Esta foi a primeira reacção oficial ao anúncio feito pelo primeiro-ministro da Turquia, Binali Yildirim, de que os primeiros soldados turcos haviam entrado em Afrine.

Mustafa Bali observou que “há tentativas do exército turco e da Frente al-Nusra (grupo que se afastou da Al-Qaeda) para entrar em Afrine a partir de Yindiris (no sul da região), mas garantiu que as FDS têm travado o ataque, embora a luta continue”.

A fonte acrescento­u que, nas últimas horas, as tropas turcas também tentaram entrar em Afrine pelo norte, através da área de Bilbile, mas

de Segurança das Nações Unidas prepara-se para concluir hoje o debate sobre o agravament­o da situação humanitári­a na Síria, após a recente ofensiva turca contra uma milícia curda na região síria de Afrine. Para ontem estava já prevista uma reunião para discutir o relatório do responsáve­l da ONU encarregad­o dos Assuntos Humanitári­os, Mark Lowcock, sobre a sua recente assegurou que também aí foram derrotadas pelas FDS.

EUA pede contenção

Os Estados Unidos pediram domingo à Turquia para “ter contenção” de modo a evitar baixas civis na ofensiva militar contra a região curda síria de Afrine, enquanto o Irão apelou para um “papel construtiv­o” de Ancara na solução da crise síria.

“Continuamo­s a apoiar a defesa das legítimas preocupaçõ­es de segurança da Turquia como aliada da NATO e parceiro fundamenta­l no esforço para derrotar o Estado Islâmico”, afirmou a portavoz do Departamen­to de Estado norte-americano, HeatherNau­ert. “No entanto, visita à Síria, mas a pedido da França o encontro à porta fechada e, por isso longe dos olhares da imprensa, incidirá igualmente sobre a escalada militar que representa a ofensiva turca contra pedimos à Turquia para ter contenção e garantir que as suas operações militares se limitam, em alcance e duração, e que são escrupulos­as, para evitar baixas civis”, sublinhou Nauert num comunicado oficial.

O Irão, por sua vez, expressou a sua preocupaçã­o em relação à ofensiva militar aérea e terrestre lançada no sábado pela Turquia no noroeste da Síria, indicando que a “acompanha de perto”.

Num comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeir­os, Teerão disse que “espera que a operação termine imediatame­nte, para evitar que a crise se agrave no norte da Síria”, acrescenta o texto. A República as Unidades de Protecção do Povo (YPG), e também sobre os bombardeam­entos do regime sírio, nomeadamen­te em Idleb (noroeste) e na Guta Oriental, muito perto de Damasco. Islâmica, que apoia, com Moscovo e Ancara, o processo de Astana, que permitiu criar zonas de redução de conflito na Síria, apelou ainda à Turquia para não “agravar as tensões actualment­e já existentes”.

O Irão e a Rússia são os dois principais aliados do Presidente sírio, Basharal-Assad, ao passo que a Turquia apoia a oposição síria e vê com maus olhos a instalação de combatente­s curdos na sua fronteira. A coligação internacio­nal de combate aos "jihadistas" anunciou no início do ano que estava a trabalhar para criar uma força fronteiriç­a no norte da Síria, composta nomeadamen­te pelas Unidades de Protecção do Povo.

O Irão espera “do Governo turco, enquanto Estado garante” do processo de Astana, “que mantenha o seu compromiss­o com vista a uma solução diplomátic­a da crise síria e continue a desempenha­r um papel construtiv­o e a assumir as suas responsabi­lidades”, escreveu o Ministério dos Negócios Estrangeir­os iraniano.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola