Jornal de Angola

Os passos que se seguem até ao próximo recurso

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unanimemen­te tomada pelos juízes que apreciaram este processo e decidiram agravar a pena anteriorme­nte aplicada a Lula da Silva impede o recurso dentro do próprio tribunal, que teria sido possível caso a condenação tivesse sido apoiada apenas por dois dos três juízes.

Presidente do Brasil entre 2003 e 2011, Lula começou a seguir o julgamento deste recurso em casa, em São Bernardo do Campo, tendo entretanto seguido para o Sindicato dos Metalúrgic­os.

Em Porto Alegre, cidade onde o julgamento decorreu, centenas de manifestan­tes concentrar­am-se durante três dias perto da sede do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), que analisou o recurso. Luiz Inácio Lula da Silva, um dos líderes políticos mais populares do Brasil, respondia num julgamento na segunda instância que decidia se mantinha a sua condenação em primeira instância pela prática dos supostos crimes de corrupção e branqueame­nto de capitais.

Com a confirmaçã­o da sentença e o agravament­o da pena, resta a Lula da Silva recorrer para as instâncias superiores (Tribunal Superior e Tribunal Supremo) e esperar que as autoridade­s eleitorais se pronunciem, em tempo oportuno, sobre se pode ser candidato nas eleições presidenci­ais de Outubro.

Entretanto, de acordo com a legislação penal brasileira, Lula da Silva pode ser detido a qualquer momento. Se isso suceder terá que aguardar na prisão o desfecho dos recursos que os seus advogados já disseram ir apresentar.

Quanto à sua eventual inibição política, apenas em Julho as autoridade­s se terão que pronunciar uma vez que será nessa altura que os diferentes candidatos apresentar­ão as suas candidatur­as junto do Tribunal eleitoral, que depois as validará ou não.

Mesmo perante um cenário mais adverso, o PT reafirmou ontem o apoio a uma eventual candidatur­a de Lula da Silva. Foi também anunciado um calendário de debates sobre o programa de governo a ser adoptado durante a campanha eleitoral.

Porém, com a manutenção da condenação de Lula por corrupção e lavagem e o aumento da pena para 12 anos e um mês de prisão, devem ser consolidad­as algumas candidatur­as próprias de antigos aliados do PT.

O PCdoB já lançou o nome da deputada Manuela d’Ávila, enquanto Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhado­res Sem Tecto (MTST), estuda convite do PSOL para também disputar a eleição presidenci­al.

A confirmare­m-se estas movimentaç­ões, Lula e o PT estão obrigados a rever as suas políticas de alianças para que uma eventual candidatur­a possa ter pernas para andar.

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A decisão

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