Corredores rodoviários impulsionam a integração
As acções têm fomentado a diversificação da economia e proporcionam melhorias no bem estar das populações, por forma a elevar os benefícios dos indicadores sociais
O programa de reabilitação das estradas nacionais vai permitir a ligação entre as regiões e levar o desenvolvimento social e económico às localidades do interior.
O processo de recuperação de estradas permitiu a ligação, entre si, das capitais de província por estradas asfaltadas, fruto do envolvimento e investimento feito pelo Executivo
O programa do Executivo no que diz respeito à construção e reabilitação das estradas nacionais, tem contribuído de modo significativo para o desenvolvimento socioeconómico das regiões, permitindo interligar as sedes províncias com a capital do país e dos centros de produção industrial e agrícola.
Estas acções têm fomentado a diversificação da economia e proporcionam melhorias no bem estar das populações, por forma a elevar os benefícios dos indicadores sociais, na qualidade da assistência à saúde, educação, habitação, redução do desemprego e na formação profissional dos angolanos.
Com o intuito de alavancar a economia nacional, o Executivo delineou para este quinquénio acções prioritária para o sector da construção civil, prosseguindo com o programa da construção de novos corredores rodoviários estruturantes nas principais cidades do país, nomeadamente Benguela, Lobito, Lubango, Huambo, Caála, Saurimo, Ondjiva e Malanje.
Para alcançar este objectivo e atingir as metas preconizadas, o Executivo compromete-se neste período (2017-2022) a construir 1.100 quilómetros de estradas, adicionando-os aos 2.843 quilómetros de estradas construídos até 2016.
No seu programa de governo, o Executivo diz que prevê reabilitar 7.083 quilómetros de estradas, a adicionar aos 10.219 quilómetros de estradas já reabilitadas até 2016.
Paralelamente a estas empreitadas, o país já respira de algum alivio em termos de circulação. Pelo menos 12.500, dos 26 mil quilómetros da rede fundamental de estradas, foram asfaltados nos últimos 13 anos facilitando a ligação rodoviária com todas as suas localidades de relevo, sem dificuldades.
A circulação de pessoas e bens tornou-se, assim, mais fácil, mais eficiente, mais rápida e, sobretudo, mais segura. Com isto, os custos de transacção inerentes à actividade económica podem baixar, com implicações positivas nos níveis de produtividade e de competitividade da economia nacional.
Dados oficiais a que o Jornal de Angola teve acesso indicam que a extensão das vias recuperadas ultrapassou os oito mil quilómetros de estradas degradadas, herdadas do período colonial, previstos inicialmente no arranque do Programa de Reconstrução Nacional, em 2005.
O processo de recuperação de estradas permitiu a ligação, entre si, das capitais de província por estradas asfaltadas, fruto do envolvimento e investimento feito pelo Executivo, facto que está a facilitar a circulação rodoviária um pouco por todo o país.
Esta acção delineada pelo Executivo consistiu na recuperação da malha rodoviária que existia no período colonial, estimado em cerca de oito mil quilómetros e a criação de novas vias, o que constituiu a primeira estratégia definida na retomada do Programa de Reconstrução Nacional. A velocidade imprimida nesta estratégia, de acordo com especialistas, acelerou o desenvolvimento do país e nesta fase de diversificação económica, estes feitos estão a ter implicações positivas nos níveis de produtividade e de competitividade da economia nacional.
Em pouco mais de dez anos, conseguiu-se recuperar os oito mil quilómetros de estradas que representavam a herança do património rodoviário do tempo colonial, que em 2002 se encontrava em ruína generalizada.
De resto, embora o país tenha sido assolado nos últimos meses por grandes chuvas, a ligação rodoviária para as sedes municipais e comunais estão praticamente garantidas, porque elas localizam-se, em grande parte, nos itinerários dos eixos rodoviários.
Quanto à sua manutenção, foi recentemente aprovado um Fundo Rodoviário que vai suportar todas as despesas e estão criadas as condições técnicas para que o programa de conservação de estradas, que vai estar sob a responsabilidade do Instituto de Estradas de Angola (INEA), seja relançado, visando garantir a preservação dos investimentos feitos no domínio da reabilitação de estradas.
Para o efeito estão abrangidos neste processo cerca de 2.400 quilómetros de estradas, com vista a complementar as necessidades de reabilitação da malha viária cuja intervenção incorpora obras nas estradas primárias e secundárias.
Entretanto, nem tudo é um mar de rosas para o sector: 4.500 quilómetros de estradas apresentam-se em condições de utilização deficiente ou níveis de degradação preocupante, dos 12.300 quilómetros da rede fundamental de estradas reabilitados no país desde o alcance da paz.
Especialistas em vias de comunicação consideram que uma parte da rede viária recentemente reabilitada atingiu níveis de degradação preocupante, representando 35 por cento da malha viária reabilitada. O país tem uma rede de 76 mil quilómetros de estradas, sendo estradas primárias asfaltadas num total de 12.300 quilómetros, a rede secundária com 27.200 quilómetros, e 36.500 correspondem à rede terciária.
Neste leque de estradas, 26.700 quilómetros estão associados à rede fundamental, dos quais 23 mil quilómetros a cargo do Instituto de Estradas de Angola (INEA).
A rede fundamental de estradas é constituída pelos eixos viários que representam prioridade do Executivo e que foram aprovados por Decreto Lei. São consideradas as vias para o desenvolvimento do país.
Reabilitacão pela primeira vez
O director-geral do Instituto de Estradas de Angola (INEA) anunciou, em Ndalatando, que o país tem mais de sete mil quilómetros da rede de estradas fundamentais por reabilitar, dos quais quatro mil vão ser intervencionadas pela primeira vez.
António Resende disse que o país possui um total de 26 mil quilómetros de estradas principais, dos quais 13.700 quilómetros já estão reabilitados e construídos, sete mil têm os seus contractos já elaborados, a par de outros seis mil quilómetros que aguardam intervenção.
Os troços que ligam o município de Samba Caju a Quiculungo, até Bolongongo, com uma extensão de 47 quilómetros, foram consignados no ano passado, no quadro da linha de crédito Eurobonds cuja obras decorrem num ritmo normal.
O director-geral do INEA esclareceu que as obras no troço Golungo Alto-Ngonguenmbo, numa extensão de 45 quilómetros, estão suspensas, por questões financeiras: “Muitas obras estão paralisadas por falta de dinheiro para o pagamento o cumprimento do contrato com os empreiteiros.”
Para esta empreitada, o INEA aguarda a aprovação do Orçamento Geral do Estado para o ano económico de 2018, no qual se vai avaliar as disponibilidades financeiras para o termino da obra na estrada Golungo Alto-Ngonguembo.
Obras em Benguela
Dar continuidade aos projectos do ano transacto que visa a requalificação e ampliação de alguns troços rodoviários são os grandes desafios para este ano da direcção provincial do Instituto de Estradas de Angola (INEA), segundo o director provincial.
Henrique Victorino revelou que no quadro das prioridades, a província ficou contemplada com as obras de requalificação e ampliação do troço viário Lobito-Eval Guerra num percurso de 102 quilómetros, cuja execução teria duração inicial de 14 meses.
"Em alguns troços nós alteramos alguns pontos críticos para permitir que a circulação seja feita com mais segurança", referiu, para acrescentar que apesar destes constrangimentos nunca foi registada alguma paralisação total dos trabalhos.
Henrique Victorino disse que as obras decorrem num trajecto bastante solicitado, porque liga o país do Norte ao Sul, além de conectar à capital do país.
No ano passado algumas intervenções foram efectuadas com recursos locais na via Catengue-Cubal (EN 250) e no troço Caimbambo-Cayave, uma estrada secundária e obras de melhoramentos na via Benguela-Dombe Grande (EN 100), bem como outras acções na via Benguela-Lobito (reposição dos separadores, devido à frequência de acidentes de viação) e na zona “A” desta cidade. Apesar destas dificuldades, a melhor fase foi o quinquénio 2007-12, período em que o INEA executou uma diversidade de obras, com destaque para a construção de duas pontes de betão de grande dimensão sobre o rio Coporolo, a ponte 4 de Abril, que se converteu em ícone da região, erguida sobre o rio Catumbela, e uma outra sobre o rio Cubal.
As intervenções técnicas realizaram-se em quase toda a província, com relevo para a reabilitação e ampliação da estrada Benguela-Lobito, a ponte sobre o rio Cavaco, a recuperação do troço Benguela-Dombe Grande-Ekimina e o que liga Benguela à Baía Farta. A reabilitação da via Benguela-CatengueCuporolo-Quilengues e da via Benguela-QuilenguesCaimbambo-Cubal-Ganda, além do troço do desvio do Culango e respectivos traçados, foram os maiores benefícios para a província.
Henrique Victorino frisou que estas intervenções correspondem a cerca de 800 quilómetros de estradas intervencionadas no seu conjunto, além de mais de uma centena de obras em infraestruturas (pontes, pontecos e passagens hidráulicas).
Quanto à ligação de Lucira ao sul da província, Henrique Victorino disse que esse traçado, de acordo com o projecto do Executivo, vai ligar a província de Cabinda ao sul do país, através da Estrada Nacional 100 que corta o país de Norte a Sul, e cujas pontes estão todas concluídas. Enquanto isso, as obras de reabilitação dos troços rodoviários Maria Teresa-Dondo, Alto Dondo-Desvio da Munenga e Alto Dondo-São Pedro da Quilemba, na província do Cuanza-Norte, vão estar concluídas no início do segundo semestre do corrente ano.