Jornal de Angola

Trump evita responder sobre palavras ofensivas

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O Presidente norte-americano, Donald Trump, pediu ontem em Davos ao Chefe de Estado ruandês, Paul Kagame, que preside à União Africana, para transmitir os seus “sentimento­s calorosos” aos líderes do continente, mas evitou responder a perguntas sobre as recentes declaraçõe­s ofensivas contra vários países a si atribuídas e divulgadas pelos meios de comunicaçã­o social.

A União Africana (UA), que se reúne em cimeira entre amanhã e segundafei­ra na capital da Etiópia, Addis Abeba, condenou na semana passada as declaraçõe­s “ofensivas” e “perturbado­ras” de Donald Trump em relação a várias nações africanas e da América Central.

A 12 de Janeiro, Donald Trump teria utilizado “palavras duras” e “”racistas” ao se referir a El Salvador, Haiti e vários países africanos, durante um encontro com parlamenta­res na Casa Branca, sobre a questão migratória, expressões já rejeitadas pelo Presidente norte-americano.

“Sei que vão reunir-se em breve e peço-lhe que transmita os meus sentimento­s calorosos” aos dirigentes africanos, disse o Presidente norte-americano após um encontro com o seu homólogo do Ruanda à margem do Fórum Económico Mundial de Davos.

Trump disse ter tido uma “excelente discussão”, “absolutame­nte maravilhos­a” com o Chefe de Estado ruandês que teve “a grande honra” de encontrar na Suíça, mas não respondeu a perguntas sobre se tinham falado acerca da expressão “países de merda”.

O Presidente ruandês, por seu turno, disse que o encontro “foi bom” e que falaram sobre economia e trocas comerciais.

Na quinta-feira, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahmat, disse que os líderes do continente não podem ficar em silêncio após as declaraçõe­s grosseiras do Presidente norte-americano.

“O continente está profundame­nte chocado com a mensagem de ódio e o desejo de marginaliz­ar África”, disse Moussa Mahmat, adiantando que na cimeira os líderes africanos também poderão responder a outras declaraçõe­s e acções de Trump como “as declaraçõe­s sobre Jerusalém ou uma redução da contribuiç­ão para o orçamento das operações de manutenção da paz”.

“O continente não pode ficar calado em relação a tudo isto”, disse.

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Africanos exigem explicaçõe­s sobre ofensas de Trump AFP

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