Depreciação causa aumento dos preços
Os preços dos principais produtos alimentares e outros bens de consumo registaram aumentos situados em mais de 50 por cento na cidade de Saurimo, o que foi atribuído à depreciação acumulada pela moeda nacional ao longo dos dois primeiros leilões, espaçados por uma semana.
O Jornal de Angola entrevistou donas de casa e revendedores que passaram a encontrar dificuldades para prosseguir os negócios por causa da nova realidade. Na cadeia de lojas Newaco, os preços dobraram, com a caixa de frango, que há cinco dias custava quatro mil kwanzas, a valer oito mil e 20 quilos de corvina a passarem de 15 mil para 19,5 mil kwanzas.
O saco de arroz e de fuba de milho de 25 quilos, anteriormente vendidos por 4.200 kwanzas, passaram para 7.500, e o preço do refrigerante, de 125, passou para 200 kwanzas.
O comerciante Mamadu Salamu justificou a subida dos preços dos produtos em função dos reajustes feitos noutras superfícies comerciais onde adquirem os produtos para posterior revenda.
O gerente de um desses estabelecimentos, Paulo Santos, lamentou a ausência da “mínima possibilidade de efectuar transferências bancárias para o exterior afim de facilitar a importação de produtos, facto que justifica o aumento dos preços.
A opção pelo mercado informal para a aquisição de 100 dólares ao preço de 47 mil kwanzas, contra 22 mil cobrados no câmbio oficial “é desgastante”, considerou o responsável.
O resultado de todo o esforço para servir o público reduziu a capacidade de “stocks” para três câmaras, contra 21 disponíveis com capacidade para 27 toneladas que a empresa mantinha regularmente cheias de frescos. O tempo de atendimento baixou para duas horas, contra mais de seis anteriores, afim de evitar o despedimento de pessoal e o encerramento do estabelecimento.