Ensino da língua condicionado à falta de meios
A falta de material de apoio, tal como livros, cartazes ilustrativos, fichas técnicas e programas curriculares, tidos como meios essenciais de ensino, condicionam o trabalho dos professores que leccionam a língua Quimbundo, no Cuanza-Norte, revelou ontem, em Ndalatando, um grupo de professores, durante o encerramento de um curso de três dias sobre “Inovação no ensino da leitura do Quimbundo”, que contou com a participação de mais de 100 professores.
Madalena da Gama, que lecciona a disciplina há cinco anos, disse que gosta do trabalho que faz, mas a falta de manuais, tanto para si, como para os alunos, além das cartilhas informáticas, têm sido os principais constrangimentos para a melhor execução do seu trabalho.
Frisou que durante os três dias de formação aprendeu novos métodos de ensino que garantem melhores contribuições para o desenvolvimento da disciplina, mas argumenta que os conhecimentos obtidos só podem ser transmitidos aos alunos caso haja meios de ensino adequados, sob pena das explicações confundirem os alunos e resultarem em insucesso escolar.
O professor Nelson José, da escola nº 50, do bairro Vieta, avançou que o novo método instituído pelo Ministério da Educação para o ensino das línguas é bom, mas alertou que a sua implementação só será eficaz caso sejam criadas as condições para aquisição dos cartões de palavras, que permitem a formulação das frases, tidos como uma das ferramentas fundamentais para o ensino do Quimbundo.
A coordenadora do ensino das línguas nacionais, do Gabinete Provincial da Educação, Tamara de Oliveira, frisou que têm encontrado várias dificuldades no acesso aos principais materiais para o ensino da língua Quimbundo, incluindo a falta de programas de ensino. “A situação podia ser minimizada caso houvesse condições financeiras para a reprodução do material em gráficas que existem em Ndalatando”, disse.