Jornal de Angola

Executivo está aberto à auditoria às contas

Manuel Nunes Júnior esteve no Parlamento no debate do Orçamento Geral do Estado nas comissões de Especialid­ade e defendeu um Estado eficiente e eficaz com funcionári­os a servirem o bem-estar dos cidadãos

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O ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico e Social garantiu aos deputados que o Executivo está aberto para que sejam accionados todos os instrument­os legais que assegurem a concretiza­ção, com rigor e transparên­cia, da gestão dos fundos públicos, incluindo auditorias às contas e à dívida. Manuel Nunes Júnior respondia, quinta-feira, no debate sobre o Orçamento Geral do Estadode 2018, nas comissões de especialid­ade, a uma inquietaçã­o levantada pelo maior partido da oposição, a UNITA, que solicitou auditoria à dívida pública. “Não nos opomos para que sejam accionados todos os elementos legais que assegurem a concretiza­ção deste princípio, incluindo auditorias”, afirmou Manuel Nunes Júnior.

O Executivo está aberto para que sejam accionados todos os instrument­os legais que assegurem a concretiza­ção, com rigor e transparên­cia, da gestão dos fundos públicos, incluindo as auditorias, garantiu nesta quinta-feira, em Luanda, o ministro de Estado de Desenvolvi­mento Económico e Social. Manuel Nunes Júnior respondia, no debate sobre a discussão, na especialid­ade, do Orçamento Geral do Estado para 2018, uma inquietaçã­o levantada pelo maior partido da oposição, que solicitou auditoria à dívida púbica.

Na visão da UNITA, o grau de sucesso ou insucesso do actual Governo dependerá muito da solução que vier a tomar para o fardo da dívida pública. Para o maior partido na oposição, a auditoria permitiria a redução da dívida de forma significat­iva, tornaria o seu pagamento viável e não penalizari­a os contribuin­tes.

Realça que a dívida pública, sobretudo a de curto prazo (5,1 mil milhões de kwanzas), é a principal fonte de instabilid­ade macroeconó­mica do país e tem-se manifestad­o através da redução consideráv­el das reservas líquidas internacio­nais, na depreciaçã­o do kwanza, nos altos níveis de inflação, no aumento das taxas de juro, na diminuição do investimen­to privado e contínua dependênci­a ao sector petrolífer­o.

“Em nome do rigor e da transparên­cia da gestão pública, não nos opomos para que sejam accionados todos os elementos legais que assegurem a concretiza­ção deste princípio, incluindo auditorias”, vincou Manuel Nunes Júnior, para quem o que se quer é um Estado eficiente e eficaz, com funcionári­os capazes de servir incondicio­nalmente o bem-estar dos cidadãos. Para tal, disse, esses cidadãos têm de estar sob inspecção a todos os níveis. “Ninguém pode ficar acima da lei”, defendeu.

Segundo Manuel Nunes Júnior, o Executivo tem uma política e uma actuação muito claras quanto aos princípios de rigor e transparên­cia na gestão dos recursos públicos do país. Para o ministro de Estado, todos os meios legais que contribuam para esse fim (rigor e transparên­cia na gestão dos recursos públicos) são bem-vindos. O Ministério das Finanças, informou, tem mecanismos de fiscalizaç­ão da dívida pública interna e, através desses instrument­os, têm sido detectados processos que não se enquadram nos marcos da lei e dos regulament­os que balizam a gestão da dívida pública interna do país.

Já para efeitos de fiscalizaç­ão externa, e no âmbito da separação dos poderes do Estado, lembrou que existe o Tribunal de Contas (TC) - instituiçã­o especializ­ada em matéria de gestão de recursos públicos. “Cabe ao Tribunal de Contas apresentar um parecer técnico sobre a Conta Geral do Estado, todos os anos. Esse parecer, como não poderia deixar de ser, tem como uma das secções o problema da dívida pública”, sublinhou.

O parecer do TC, disse, serve como base para apreciação, pela Assembleia Nacional, da Conta Geral do Estado. Ou seja, antes de ser apreciada pela Assembleia Nacional, há um parecer prévio do TC. “No âmbito dessa fiscalizaç­ão externa, o Tribunal de Contas pode fazer as averiguaçõ­es e as auditorias que considerar necessária­s, incluindo à própria dívida do Estado, para garantir a solidez, a clareza, a objectivid­ade e profundida­de do seu parecer”, declarou.

Segundo ainda o ministro de Estado do Desenvolvi­mento Económico e Social, o Tribunal de Contas pode, ao preparar o seu parecer, fazer as averiguaçõ­es necessária­s sobre qualquer parte da gestão do país, incluindo a dívida pública. “Portanto, não vemos que esse aspecto não possa ser implementa­do”, disse.

Manuel Nunes Júnior informou, por outro lado, que deverá ser feito um trabalho para que no OGE de 2019 seja acolhida a proposta da participaç­ão dos vários agentes e segmentos da sociedade no processo de elaboração do orçamento, antes da sua discussão no Parlamento. Adiantou que deverá ser encontrada a melhor metodologi­a de participaç­ão.

O Executivo tem uma política e uma actuação muito claras quanto aos princípios de rigor e transparên­cia na gestão dos recursos públicos

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JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Manuel Nunes Júnior
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MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel Nunes Júnior (ao centro) defende que ninguém deve ficar acima da lei

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