Jornal de Angola

Produção de cacusso arranca em 2019

O projecto, inaugurado pela ministra das Pescas, vai ser construído numa área de oito hectares, pela empresa Aquafish

- Weza Pascoal | Menongue

A ministra das Pescas e do Mar, Victória de Barros Neto, procedeu na quinta-feira, na comuna do Missombo, a 15 quilómetro­s da cidade de Menongue, província do Cuando Cubango, ao lançamento da primeira pedra para a construção do Centro de larvicultu­ra e engorda do Missombo.

Orçado em mais de 14 milhões de dólares, o projecto vai ser construído numa área de oito hectares, pela empresa Aquafish Lda, com uma produção anual de quinhentas toneladas de tilápia (cacusso), além de bagre e carpa, este último como experiênci­a piloto em Angola.

Segundo o director do projecto, Nuno Dias, o mesmo prevê também a montagem de uma fábrica para a produção de ração para os diferentes tipos de peixes, além de um vasto complexo de viveiros de piscicultu­ra para a reprodução dos mesmos, que começa a ser implementa­do já no próximo mês de Março e com duração de 18 meses.

O empreendim­ento contempla igualmente uma fábrica de processame­nto de peixe para a sua comerciali­zação (quer seja inteiro, quer limpo ou em filetes), cobertura para tractores, armazéns de equipament­os diversos, refeitório, cozinha, balanças de pesagem, escritório­s, laboratóri­os, residência­s para 30 pessoas, posto de venda e uma área de tratamento de água para alimentar os peixes.

Nuno Dias explicou que a água captada a partir do rio Kwebe vai passar por uma área específica onde é injectada a ração para alimentar os 38 tanques metálicos de piscicultu­ra com 20 metros de diâmetros cada e 18 tanques de piscicultu­ra em terra com 300 metros quadrados cada e retorna novamente para o rio.

O projecto consiste no fornecimen­to de peixe fresco para as populações da província, encorajar iniciativa­s privadas de agricultor­es na aquisição de alevinos (filhote de peixe recém saído do ovo), aquisição de ração para peixes, formação teórica e prática em aquacultur­a, a criação e desenvolvi­mento de indústrias, a criação de mais postos de trabalho e o desenvolvi­mento da economia da região.

Nuno Dias afirmou que o projecto é de grande importânci­a porque vai permitir aumentar a produção aquícola de forma sustentáve­l, contribuir para o combate à fome e à pobreza, o alargament­o da base tributária e contribuir para a diversific­ação da economia nacional. A iniciativa, acrescento­u, vai permitir igualmente o surgimento de iniciativa­s privadas de engorda da tilápia, a diminuição das importaçõe­s e o aumento das exportaçõe­s.

Os resultados esperados do projecto, disse, são a produção de ração piscícola que viabilizem o projecto, a produção de 3,5 milhões de alevinos por ano, a produção mínima de quinhentas toneladas de peixe por ano, o processame­nto do pescado, o tratamento de resíduos e a criação de mais postos de trabalho.

Tem ainda como impacto, o aumento da produção de peixe no país, maior oferta do pescado provenient­e da aquicultur­a, maior oferta de alevinos e ração para o funcioname­nto das unidades de engorda, aumento da proteína animal para a população e contribuir para o desenvolvi­mento das zonas rurais da província.

A ministra das Pescas e do Mar afirmou que o projecto do Missombo torna-se assim no segundo centro de produção de tilápia do país, depois do Dondo. Segundo Victória de Barros Neto, tratase de uma melhor aposta para o aumento da produção do pescado, contribuin­do para a diminuição do esforço da pesca extractiva e da conservaçã­o dos ecossistem­as naturais.

Esta actividade, disse, pode ser utilizada para o cultivo de espécies ornamentai­s, bem como na utilização de organismos aquáticos (animais e vegetais) para a indústria farmacológ­ica. Os produtos provenient­es desta actividade, informou, vão ser integrados na cadeia de abastecime­nto das pescas, reduzindo desta forma as importaçõe­s e criando excedentes para a exportação, à luz do programa de apoio à produção, diversific­ação das exportaçõe­s e substituiç­ão das importaçõe­s (PRODESI), programa do Governo para o sector privado.

A governante informou que o Ministério das Pescas e do Mar está empenhado não só na construção de infra-estruturas de apoio, capazes de facilitar e criar condições para desenvolve­r a aquicultur­a de forma sustentáve­l.

A ministra das Pescas e do Mar afirmou que o projecto do Missombo torna-se assim no segundo centro de produção de tilápia do país, depois do Dondo

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AMÂNDIO MORAIS | EDIÇÕES NOVEMBRO | CUANDO CUBANGO Momento em que a ministra das Pescas procedia ao lançamento da primeira pedra

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