Jornal de Angola

Quartos-de-final começam hoje

Selecções nacionais começam esta tarde a disputa da fase mais dolorosa da competição continenta­l

- Matias Adriano

Dois jogos, um em Casablanca e outro em Marrakech, decidem hoje os primeiros semi-finalistas desta V edição do Campeonato Africano das Nações (CHAN'2018. Na primeira cidade travam-se de razões as selecções do Marrocos e da Namíbia, ao passo que na segunda jogam Zâmbia e Sudão. É a chamada fase do “mata-mata”, em que o empate vale nada.

Com efeito, espera-se por uma renhida refrega nos dois confrontos, sendo que as ambições das equipas, depois de terem sobrevivid­o na fase de grupos, é tentar chegar o mais longe possível. Certo que muitas vezes a ambição ultrapassa a maturidade competitiv­a. Mas ainda assim, sempre vale a pena ser ambicioso. É esse espírito que levam as equipas para a fase a eliminar.

Em Casablanca, a missão pode ser mais espinhosa para a Namíbia, pois Marrocos é a selecção que tem merecido mais atenção do público. Primeiro, por se apresentar na condição de anfitrião, segundo pela prestação que tem vindo a evidenciar, parecendo das equipas de topo no futebol africano que tem, realmente, procurado valorizar o torneio.

Mas, fique explícito que a Namíbia também não esteve à deriva na primeira fase, foi uma das selecções mais determinad­as do Grupo B, não sendo sem razão que superou logo na primeira jornada a poderosa Costa do Marfim, por 1-0, determinan­do quase a sua sentença. Os namibianos têm dado mostras de serem uma selecção com alguma palavra a dizer na prova.

Vamos dizer que o destino não foi simpático para si nesta fase. Nas grandes competiçõe­s, nunca é desejável cruzar com o anfitrião. Seja como for, é o que se diz: depois da primeira fase não há escolha de adversário­s, porque quando se vai um pouco longe está-se sempre sujeito a jogar com todos que se revelem também eficazes.

Mas o perigo que pende sobre a Namíbia é a determinaç­ão de Marrocos. Os marroquino­s têm dito repetidas vezes, e os jornais locais difundem isso, que não organizara­m a prova para terem de ver o troféu a sair em mãos de outra equipa. E mais: os Leões do Atlas também prometem fazer tudo para não terem de realizar nenhum jogo fora de Casablanca.

Esta determinaç­ão é que se poderá revelar contra as ambições dos namibianos. Mas, e como se diz, o futebol continua a ser uma ciência alheia a qualquer lógica, sendo bem provável que as coisas não aconteçam tal como as estamos a prever. O mais sensato será esperar para ver e crer.

A seguir a este jogo, mas na idade de Marrakech, Zâmbia e Sudão vão decidir qual dos dois segue em frente. Trata-se de um jogo que também não se prevê fácil, tal é pois a réplica oferecida pelas equipas ao longo da fase inicial, onde foram, verdadeira­mente, excepciona­is. A Zâmbia impôs-se num grupo em que pontificav­am selecções como do Uganda e da Costa do Marfim, este último um “senhor” do futebol africano. Por isso, não pode ser encarado como um adversário dócil e maleável.

Também o Sudão, surpreende­ntemente, passeou classe a nível do seu agrupament­o, tendo elevado a classe do seu futebol no último jogo contra o anfitrião Marrocos, cujo sonho era terminar à frente do grupo em pleno. Ou seja, com três vitórias. Por esta razão, talvez, todas equações que possamos fazer, sobre quem ganha quem, podem acabar por ser mera retórica.

Aguardemos então pelo arranque desta fase da prova, em que o nosso país vai ter amanhã, em Tanger, a poderosa Nigéria na ingente batalha que trava para chegar mais além na prova. Sabemos, à partida, que não será fácil, mas nada é impossível.

O futebol continua a ser uma ciência alheia a qualquer lógica, sendo provável qque as coisas não aconteçam tal como as estamos a prever. O mais sensato será esperar e ver para crer

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CAFONLINE Zambianos e namibianos vão tentar ultrapassa­r adversário­s para continuare­m a competir

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