Jornal de Angola

Voltei à Cidadela

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Casablanca, a capital económica do Reino do Marrocos, que se prepara para receber, no dia 4 de Fevereiro, a final do Chan’2018, é, realmente, de uma beleza arquitectó­nica e de um encanto visionário. É, dito de outro modo, a metrópole que conduz, pelo seu potencial industrial, o país para o caminho certo ao progresso. Quase tudo que aqui se comerciali­za dispensa selo estrangeir­o. É produção local.

Cidade de uma graciosida­de geometrica­mente traçada, concentra em si toda a atracção turística. É nela que quase tudo acontece. Desde congressos de alcance mundial a outros negócios de fórum internacio­nal, passando pela sua rede de indústrias de ponta.

Todos os bancos estão concentrad­os em Casablanca, que assiste, sereno, a um cresciment­o assustador da indústria hoteleira, na perspectiv­a, como é obvio, de dar resposta à demanda de turistas, na maioria da vizinha Espanha, separada apenas por um fio estreito de águas mediterrân­eas.

É esta cidade, que se estende pela costa atlântica, que foi escolhida para acolher aquilo que se convencion­ou chamar monumento do Século: a Mesquita Hassan II, um verdadeiro monstro deslumbran­te, que, de certeza, mata de orgulho todo cidadão marroquino. Tal é a sua imponência.

Na verdade, a construção deste monumento veio guindar Casablanca a uma posição privilegia­da, ao que a atracção turística diz respeito, se comparado a outras cidades imperiais, como Rabat, Marrakeche e Fez. A Mesquita Hassan II é um lugar de romarias de peregrinos, havendo fotógrafos que encontram aí o “ganha-pão”, já que ninguém chega e deixa o lugar sem registo do momento para a posteridad­e.

Envolvendo, segundo dados de que disponho, mais de três mil artesãos de todo o país, a Mesquita Hassan II, com o seu minarete a disputar os céus, mais se parece a uma nave divina. Mas é apenas obra do génio do homem, que com a sua tecnologia moderna conseguiu erguer aquele monstro de encher os olhos de qualquer mortal. Todos procuram ver, com os próprios olhos, o interior daquele sagrado espaço de culto. Alguns desfazem programas e ficam ai pregados até à hora (16h00) que as suas portas se abrem ao público.

Construído num perímetro de dois hectares, à beiramar, a mesquita comporta uma sala de oração para acolher 25 mil fiéis, e uma esplanada para 80 mil. Autêntica Cidadela! As marcas do avanço da tecnologia da arquitectu­ra marroquina ficaram patentes nesta obra. O telhado pode abrir-se automatica­mente, transforma­ndo, em três minutos, a sala de orações num magnifico pátio. Passam 12 anos da última vez que aqui estive, e a catedral continua imponente.

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