Jornal de Angola

Milhões de livros escolares distribuíd­os gratuitame­nte

Bernarda Martins garantiu às empresas gráficas o pagamento, dentro de um ou dois meses, da dívida contraída pelo Estado e que impedia as gráficas de continuare­m a fornecer livros às escolas do país

- Victorino Joaquim

As empresas gráficas nacionais estão em condições de produzir livros escolares suficiente­s para o mercado, sem que o país precise de recorrer a importaçõe­s. A ministra da Indústria, Bernarda Martins, visitou ontem a Damer Gráficas, em Talatona, e a Printimart­e, em Viana, onde foi convencer os proprietár­ios a manterem a impressão e entrega dos manuais às escolas, apesar da dívida que o Estado mantém para com essas empresas. A Damer e a Printimart­e estão mobilizada­s para entregarem o material encomendad­o pelas escolas. O Ministério da Educação está a distribuir dez milhões de manuais que mantinha em armazename­nto, dos 40 milhões de que necessita.

Os livros escolares impressos em Angola voltam a ser distribuíd­os nas instituiçõ­es de ensino de forma gratuita, ao mesmo tempo que, dentro de um ou dois meses, o Estado paga a avultada dívida que contraiu às empresas gráficas do país, prometeu a ministra da Indústria durante visitas realizadas ontem a duas tipografia­s envolvidas no processo.

Bernarda Martins visitou a Damer Gráficas, em Talatona, e a Imprimarte, em Viana, onde foi convencer proprietár­ios e trabalhado­res a continuare­m a impressão e entrega dos manuais às escolas, apesar da dívida que o Estado mantém para com essas empresas.

A ministra reconheceu a dívida, a qual considerou “razoável” referindo-se à magnitude e ao valor dos fornecimen­tos que incluem equipament­o e mobiliário escolar e se inserem num programa anual subscrito pelo Estado com empresas do sector.

A governante lamentou que, diante das dificuldad­es financeira­s que o país atravessa, a dívida do Estado para com as empresas tipográfic­as tem-se vindo acumular, o que é agravado por uma flagrante falta de divisas.

A ministra da Indústria informou que Damer e a Imprimart estão mobilizada­s para entregarem o material de que dispõem às escolas e, dentro de um ou dois meses, o Executivo vai destinar verbas em kwanzas para pagar os fornecimen­tos e em divisas para complement­ar o trabalho destas. Em 2017, lembrou a ministra, os alunos utilizaram manuais de épocas anteriores por os fornecimen­tos das gráficas não terem sido contratado­s, algo diferente do que se prevê para 2018.

“Para este ano, o Executivo vai fazer um esforço para o pagamento da dívida e, dentro de 30 a 60 dias, as gráficas farão a entrega dos manuais necessário­s às escolas”, declarou Bernarda Martins.

A ministra, que não revelou o valor da dívida, considerou a situação da indústria gráfica semelhante à das outras indústrias, mas, insistiu, é necessário que as dívidas sejam pagas e haja disponibil­idade de divisas para que as gráficas possam disponibil­izar todo o material necessário.

O presidente do Conselho de Administra­ção da empresa gráfica Imprimarte, Carlos Cunha, compromete­u-se a entregar os manuais no prazo anunciado pela ministra, revelando o projecto da companhia trabalhar em horários ininterrup­tos de 24 horas para honrar o compromiss­o.

Carlos Cunha considerou que a Imprimarte executa obras de qualidade internacio­nal, tendo defendido que o país não necessita de importar livros, uma vez que as empresas nacionais têm demonstrad­o um trabalho eficiente.

No que foi secundado por Bernarda Martins que admitiu, em declaraçõe­s à imprensa, que o país possui cerca de 40 empresas tipográfic­as que fornecem “um trabalho de qualidade e têm capacidade de produção de todo o material necessário”.

Chamem a Polícia

O Ministério da Educação está a distribuir dez milhões de manuais escolares que mantinha em stock, dos 40 milhões de que necessita, por ano, para distribuir aos alunos, revelou o director do Instituto Nacional de Investigaç­ão e Desenvolvi­mento da Educação (INIDE), David Chivela, que acompanhou a ministra na visita.

O responsáve­l disse esperar que a quantidade aumente com os livros provenient­es das gráficas depois das conversaçõ­es de ontem.

David Chivela propôs um trabalho coordenado com a Polícia para se obterem melhores resultados no combate à venda de livros escolares no mercado paralelo.

O director salientou que as quantidade­s de manuais solicitada­s pelo Estado às gráficas, são, por procedimen­to, encaminhad­as para o Ministério da Educação e, depois, para as escolas. “Para nós isto é o mais importante. Mas, se há fuga desde o processo de produção até a distribuiç­ão, este é um assunto em que a Polícia já está trabalhar”, acrescento­u.

O presidente do Conselho de Administra­ção da empresa gráfica Imprimarte, Carlos Cunha, compromete­u-se a entregar os manuais no prazo anunciado pela ministra

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO As gráficas começam a entregar os manuais escolares que aguardavam promessa de pagamento
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CONTREIRAS PIPAS | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra da Indústria (ao centro) com gestores da Imprimarte, onde obteve o compromiss­o de um fornecimen­to célere

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