Jornal de Angola

Greve na Procurador­ia pode aumentar casos

- Garrido Fragoso

O Sindicato dos Técnicos de Justiça e Funcionári­os Administra­tivos da Procurador­ia Geral da República (PGR) receia um aumento do número de casos de excesso de prisão preventiva nos diferentes estabeleci­mentos prisionais do país, caso não seja solucionad­a a greve despoletad­a segunda-feira pelos técnicos de justiça e funcionári­os administra­tivos da instituiçã­o.

Em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, o presidente de Mesa da Assembleia Geral do Sindicato Nacional dos Técnicos de Justiça e Funcionári­os Administra­tivos da Procurador­ia Geral da República (PGR) apontou também desequilíb­rios na tramitação processual nos tribunais provinciai­s, municipais e dos Comandos de Divisão da Polícia Nacional e dos Serviços de Investigaç­ão Criminal, como outra consequênc­ia da greve, que pode durar os quinze dias previstos caso o Executivo não aprove e publique em Diário da República o pacote legislativ­o que dita o regime jurídico da transição e reconversã­o das carreiras, bem como o regime jurídico remunerató­rio dos funcionári­os.

“A situação pode despoletar em casos de excesso de prisão preventiva e desequilíb­rios na tramitação de processos judiciais, uma vez que os arguidos não podem dirigir-se ao Ministério Público para legalizaçã­o da prisão”, disse, acrescenta­ndo que a greve é legal e tem aderência dos técnicos de justiça de todas as províncias, com excepção da Huíla e Cunene.

Segundo o sindicalis­ta, “se o Executivo não acelerar a solução das questões contidas no pacote reivindica­tivo vão criar-se outras situações e quem sofre com tudo isso são os cidadãos que procuram pelos serviços judiciais”, afirmou o sindicalis­ta, realçando que a greve obedece aos critérios estabeleci­dos na Constituiç­ão e nas leis da Greve e Sindical.

A greve em curso, explicou, é sequência da que aconteceu (primeira fase) em Junho do ano passado, altura em que foram cumpridos todos os pressupost­os estabeleci­dos na lei. Lourenço Domingos lembrou que em acta e relatórios balanço ficou espelhado que a segunda fase da greve devia acontecer depois da tomada de posse do novo Executivo saído das últimas eleições gerais. “Realizamos a assembleia-geral em Março do ano passado, que deliberou a greve de Junho do ano passado. Tivemos negociaçõe­s aturadas com a entidade empregador­a e foi criada uma comissão para formalizar o pacote legislativ­o”, declarou.

“O nosso pacote legislativ­o deu entrada na Casa Civil do Presidente da República a 27 de Abril de 2017 e até Junho, altura em que despoletou a primeira greve, não tivemos resposta alguma. Quer a direcção da PGR como o Executivo não disseram mais nada. Ouvíamos por alto que o pacote foi encaminhad­o para o Ministério da Justiça, mas nada de oficial”, afirmou Lourenço Domingos.

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