Milhares de pessoas fogem da violência
Mais de 23 mil congoleses fugiram nas últimas semanas da região leste da República Democrática do Congo (RDC) e estão refugiados no Burundi, Tanzânia e Uganda por causa dos novos focos de violência, informou ontem o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Nas últimas semanas, uma operação militar contra os grupos armados Mai Mai na província de Kivu do Sul obrigou milhares de pessoas a fugirem das suas casas.
Segundo o ACNUR, “milhares” de congoleses encontram-se na condição de deslocados na própria província, enquanto pelo menos 8.200 atravessaram as fronteiras. Cerca de 7 mil chegaram ao Burundi e 1.200 à Tanzânia.
“Os refugiados com os quais falamos disseram-nos que fugiram não só da violência, mas também do recrutamento forçado”, realçou em conferência de imprensa o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch.
O porta-voz lembrou que é “imperativo” que os países fronteiriços deixem entrar os refugiados no seu território.
A maioria dos refugiados que chega ao Burundi fá-lo cruzando o lago Tanganica. Babar Baloch alertou que o ACNUR não só está preocupado com os refugiados congoleses, mas também com 43 mil refugiados burundeses que estão no Kivu do Sul e que entraram na RDC há meses também cruzando o lago Tanganica.
Por outro lado, a violência na província do Kivu Norte forçou 15 mil congoleses a fugir para o Uganda desde Dezembro.
Em Janeiro chegaram uma média de 330 pessoas por dia, quatro vezes mais que a taxa registada em Dezembro do ano de 2017.