Jornal de Angola

Vice da África do Sul pede a saída de Zuma

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O Vice-Presidente da África do Sul defendeu ontem que quem tenha agido de forma corrupta deve ser castigado, independen­temente da sua identidade, numa alusão à situação em que se encontra o Chefe de Estado sul-africano, Jacob Zuma.

Cyril Ramaphosa fez a declaração no dia em que Zuma regressou de Addis Abeba (Etiópia), onde participou na cimeira da União Africana (UA) e onde também fez uma intervençã­o em que abordou o tema da corrupção em África.

Na ocasião, Zuma admitiu a existência de corrupção em África, mas considerou que, por vezes, as notícias são “muito exageradas”, salientand­o ainda que são “entidades de fora do continente” que a encorajam para benefício próprio.

Uma ala significat­iva de membros do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder desde 1994) está a tentar que Zuma, cujo mandato presidenci­al termina em 2019, abandone o cargo, face às acusações de práticas de corrupção e de favorecime­nto a parceiros comerciais sulafrican­os e estrangeir­os.

A mesma ala defende que Zuma já não deve fazer a tradiciona­l intervençã­o sobre o Estado da Nação, quando se iniciarem os trabalhos do Parlamento, na Cidade do Cabo, a 7 de Fevereiro.

Se Zuma optar por fazer a intervençã­o, alertaram vários membros do partido, vai haver protestos nas ruas e dentro do próprio Parlamento.

Na 54.ª conferênci­a nacional do ANC, a 14 de Dezembro último, Ramaphosa foi eleito líder do partido, quando derrotou Nkosazana Dlamini-Zuma, antiga líder da União Africana (UA) e ex-mulher de Zuma.

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