Associação provincial premeia festivais
A Associação Provincial de Teatro de Luanda (APTL) realiza hoje, às 18h00, na LAASP, em Luanda, uma gala para distinguir festivais, companhias de artes e pessoas singulares que têm trabalhado para o desenvolvimento das artes cénicas na capital.
A gala, enquadrada nas celebrações das festividades da Cidade de Luanda, assinaladas no passado dia 25, vai distinguir o Festival Internacional de Teatro do Cazenga (FESTECA), Festapaz, Festvela e o Festival Internacional para Infância e Juventude (Festiij), assim como a companhia de artes Horizonte Njinga Mbande, o projecto “Há teatro no Camões”, o Futebol Clube de Teatro, a Rádio UnIa e o grupo Twabixila.
Luzia Panguila, secretária-adjunta da APTL, disse que Jornal de Angola que a actividade serve para reunir a família do teatro, colaboradores, amigos, patrocinadores, assim como outros parceiros que de certa forma têm contribuído para o desenvolvimento do teatro angolana, particularmente em Luanda.
Luzia Panguila disse que a companhia de artes Horizonte Njinga Mbande além de ser o mais popular grupo de teatro angolana, criada em 1986, os seus espectáculos estão entre os mais procurados na capital.
Além das exibições que tem feito no país e no estrangeiro, mostrando a realidade angolano, o Horizonte Njinga Mbande tem uma escola de formação para actores, operadores de câmaras e editores de vídeo, na qual actores e actrizes de outros grupos têm como solução para capacitação e formação.
O trabalho desenvolvido pelo Horizonte Njinga Mbande em prol do teatro nacional, disse Luzia Pangguila, faz com que a APTL premeie este grupo, tendo reconhecido existir em Luanda outras agremiações merecedoras de tal distinção pelo que têm feito para o desenvolvimento das artes cénicas. Recebeu o Jornal de Angola uma missiva do senhor Jacques Arlindo dos Santos com o seguinte teor: “Na edição do dia 26 de Janeiro do Jornal de Angola, foi dada à estampa uma notícia cujo título “Cine Teatro Nacional reabre brevemente”, bem como parte substancial do conteúdo suscitou dúvidas e induziu algum público leitor a conclusões precipitadas, que convém esclarecer. Assim, nos termos legais e usando do direito de resposta, informo:
1 – Não sou actualmente presidente nem desempenho qualquer cargo em nenhum órgão da Associação Cultural e Recreativa Chá de Caxinde. Continuo, sim, a ser membro activo da instituição e integro o seu Conselho Caxindense, um órgão meramente consultivo, sem o exercício de nenhuma função que a obrigue.
2 – Enquanto associado com plenos direitos e cidadão, tenho opinião própria, e foi nessa condição que teci considerações à volta do encerramento da sala de espectáculos do Nacional Cine-Teatro, registado há cerca de quatro anos (Maio de 2014), nessa altura sim, era eu o Presidente do seu Conselho Directivo. Foi pois nestas circunstâncias que opinei sobre as hipóteses da sua reabertura, assim como, de um modo mais amplo mas absolutamente informal, questionei a recuperação dessa emblemática casa de espectáculos, classificada, como se sabe, como Património Cultural Nacional.
3 – Como pessoa atenta aos fenómenos da vida nacional, com particular atenção pelo cultural, manifestei o desejo, que não é apenas meu, é de toda a comunidade, de ver de volta à actividade o Nacional Cine-Teatro que, contrariamente ao que se fez passar e ainda perdura nalguma opinião pública, foi encerrado por não ter condições para funcionar. Para que se perceba correctamente o assunto será bom esclarecer que o facto ocorreu em virtude de, no dia dessa tomada de decisão, estar para ser levada à cena a peça teatral “As Orações de Mansata”, do autor guineense Abdulai Sila, cujo tema abordava com acuidade a questão da corrupção. Para mim, a decisão foi marcadamente política. Não tinha a ver, como foi amplamente explorado, com aspectos de segurança. O espectáculo foi organizado pelo Elinga Teatro que nos solicitou a cedência da sala para o efeito. O argumento da falta de segurança constituiu, quanto a mim, um erro crasso de visão política que prejudicou o MPLA e, para além do mais, retirou aos cidadãos e munícipes da capital do país, desde aquela data, a possibilidade de usufruírem, numa cidade com imensas carências de locais de lazer, de uma sala de espectáculos capaz de satisfazer artistas e público em geral.
4 – Tendo consciência da situação crítica em que se encontra a situação económica do país, não teria nenhum sentido fazer neste momento projectos para a total e completa recuperação do Nacional Cine-Teatro, muito menos envolver nessa pretensão o Governo Provincial de Luanda. O que foi sugerido por mim durante a visita de S.Exª. o Senhor Governador Mendes de Carvalho às instalações da Chá de Caxinde (cujo aniversário se celebra a 28 de Janeiro e não a 25, como veiculado) foi que, de modo precário e com pequenas obras de reparação se encarasse a hipótese de algum apoio do GPL para a reabertura da sala, enquanto não se puder financiar a sua reabilitação completa.
5 – Porque se torna oportuno dizê-lo, mais uma vez em nome do cidadão Jacques Arlindo dos Santos e nunca vinculando a instituição Chá de Caxinde, foi lamentável verificar que ao longo deste tempo que não é pouco, nunca se registou qualquer atitude, palavra, escrito ou qualquer outro gesto que manifestasse pesar ou solidariedade da parte dos laureados do Elinga Teatro. Esperamos este tempo todo por um “desculpem o mau jeito”, “estamos juntos”, “o que podemos fazer?”. Debalde. Por vezes é difícil entender os ditos intelectuais deste país...
Posto isto nestes termos, agradeço a publicação integral desta nota de esclarecimento, para que não fiquem dúvidas em todos quantos se interessam por esta causa”.
Luanda, 29 Janeiro de 2018