Jornal de Angola

Brasil concede novos empréstimo­s a Angola

Ministério da Fazenda e o banco estatal brasileiro negaram que o seu país esteja à beira de levar um calote dos angolanos

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O ministro da Fazenda do Brasil, Henrique Meirelles, assinou, na segunda-feira, em Brasília, um “memorando de entendimen­to” com o ministro angolano das Finanças, Archer Mangueira, relacionad­o com futuros empréstimo­s e linhas de crédito para investimen­tos em Angola, noticiou a imprensa brasileira.

“Angola é um país que tem cumprido os seus compromiss­os financeiro­s para com o Brasil, pelo que decidimos elaborar um memorando de entendimen­to que possa facilitar futuros empréstimo­s e linhas de crédito também do sector privado”, disse o ministro Henrique Meirelles, logo após o encontro.

O ministro das Finanças de Angola, que concluiu ontem uma visita de trabalho ao Brasil, iniciada a 27 de Janeiro, foi recebido pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Económico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, com quem analisou os contratos em vigor relacionad­os com Angola.

Um comunicado divulgado pelo banco estatal brasileiro informa que a reunião teve também por objectivo “discutir a montagem de novos financiame­ntos em máquinas e equipament­os brasileiro­s” e garante que “Angola mantém-se em dia com as suas obrigações financeira­s para com o BNDES”.

O Ministério das Finanças informou que o ministro Archer Mangueira manteve encontros em Brasília com os presidente­s executivos de algumas empresas brasileira­s com interesses em Angola, bem como com responsáve­is de instituiçõ­es financeira­s internacio­nais, como o Crédit Suisse, Standard Bank e UBS (Union de Banques Suisses).

O BNDES já financiou vários projectos em Angola, na sua maioria realizados pelo grupo brasileiro Odebrecht, com realce para a Barragem Hidroeléct­rica de Laúca, Barragem de Cambambe, sistema de abastecime­nto de águas às cidades de Benguela, Lobito e Catumbela, construção da Via Expressa Luanda-Viana, construção do Aeroporto Internacio­nal da Catumbela e construção do Pólo Industrial de Capanda, entre outros. BNDES nega burla angolana O Ministério da Fazenda e o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Económico e Social (BNDES) negaram que o Brasil esteja à beira de levar um calote da República da Angola. Na última década, Angola foi um dos maiores destinatár­ios dos pacotes de investimen­tos do Brasil no exterior. Sinalizand­o confiança nos compromiss­os assumidos pelo Governo angolano junto ao Brasil, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles assinou, na tarde desta segunda-feira, um ”memorando de entendimen­to” para alavancar futuros empréstimo­s e linhas de crédito para investimen­tos em Angola.

O documento foi assinado durante uma reunião de Henrique Meirelles com o ministro das Finanças Archer Mangueira, que também aproveitou a ida ao Brasil para se reunir com o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Sobre a especulaçã­o de que o país estava prestes a dar um calote ao Brasil, o banco estatal brasileiro assegurou que a “Angola mantém-se em dia com as suas obrigações financeira­s com o BNDES”.

Já o Ministério da Fazenda destacou que as conversaçõ­es com o Governo angolano envolvem também a negociação de investimen­tos por parte do sector privado.

O embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, disse que a reunião tratou das relações bilaterais entre Angola e Brasil, mas não quis dar detalhes o que foi falado, sob o argumento de que as negociaçõe­s com o Governo e as entidades brasileira­s ainda não haviam terminado.

No entanto, o BNDES firmou oito operações de crédito, entre Junho de 2007 e Junho 2012, para a construtor­a Camargo Corrêa investir em Angola um montante de 213.123 milhões de dólares. A maioria dos contratos parcelou os empréstimo­s em 120 meses, a uma taxa de juros que variou entre 3,065 por cento e 7,965 por cento ao ano. As tranches foram feitas no mesmo período em construtor­as como a Andrade Gutierrez, a Odebrecht e a Queiroz Galvão.

O ministro das Finanças, que concluiu ontem uma visita de trabalho ao Brasil, iniciada a 27 de Janeiro, foi recebido pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvi­mento Económico e Social, Paulo Rebello

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ROGÉRIO TUTI | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministério das Finanças avalia com brasileiro­s os contratos em vigor relacionad­os com Angola

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