Ministro da Defesa homenageia os heróis
Salviano de Jesus Sequeira enalteceu a bravura dos partícipes da gesta que marcou o início da luta armada de libertação
O desenvolvimento social, económico, político e cultural que o país vive deve-se à bravura dos heróis do 4 de Fevereiro, que demonstraram uma atitude patriótica em defesa dos interesses mais legítimos do país, afirmou ontem, em Luanda, o ministro da Defesa Nacional, durante o acto que marcou o içar da Bandeira Monumento, no Museu de História Militar.
O general Salviano de Jesus Sequeira “Kianda” enalteceu a bravura dos heróis do 4 de Fevereiro, salientando que com a sua coragem os nacionalistas salvaguardaram a identidade nacional, estabilidade, elevando a vontade dos angolanos em construir uma Nação harmoniosa.
A alta patente das Forças Armadas Angolanas lembrou que o gesto desses homens deve ser um exemplo a seguir por todos os angolanos patriotas. O acto foi precedido de uma deposição de flores aos túmulos de Paiva Domingos da Silva, Francisco Imperial Santana (heróis nacionais), e Cónego Manuel das Neves, no cemitério do Alto das Cruzes.
De igual modo, foi rendida uma singela homenagem ao soldado desconhecido, com a deposição de uma coroa de flores junto do monumento erguido em sua memória. Os actos foram testemunhados por deputados, membros do Executivo e das forças de Defesa e Segurança, representantes de organizações políticas, do Governo Provincial de Luanda (GPL), antigos combatentes e sobreviventes do 4 de Fevereiro.
O papel dos escritores
O presidente da Associação Literária e Cultural de Angola (ALCA), Efraim Chinguto, destacou o papel que os escritores angolanos desempenharam durante o processo de libertação nacional que pôs fim ao antigo regime colonial português. Falando à Angop, após uma palestra sobre o 4 de Fevereiro de 1961, dirigida a militares da escola de especialistas navais da comuna da Praia do Bebé, município da Catumbela, Efraim Chinguto realçou o trabalho de escritores como Agostinho Neto e Wanhenga Xitu (Agostinho Mendes de Carvalho).
Efraim Chinguto considera que os poemas “Havemos de Voltar” e “Sagrada Esperança”, de Agostinho Neto, foram, tal como outros textos, fundamentais na mobilização do povo angolano pela causa da liberdade e, consequentemente, para o fim do então sistema colonial no país.
“A mobilização surge em 1951 depois do término do grande silêncio”, disse, lembrando que depois desta data iniciou o processo de criação de textos e dísticos nas periferias para apelar à união entre angolanos. Essa mobilização, segundo o líder da ALCA, teve resultado positivo no dia 4 de Fevereiro de 1961, com o início da luta armada de libertação nacional.
Efraim Chinguto defendeu que cada cidadão deve contribuir para o bem do país, tendo assegurado que agora é altura de construir o presente com os ideais do passado e perspectivar o futuro.
A Escola de Especialistas Navais está afecta ao Comando da Região Naval Sul.
O 57.º aniversário do início da luta armada de libertação nacional foi assinalado ontem, em todo o país. O acto central da efeméride decorreu no sábado, na cidade de Caxito, província do Bengo, e foi presidido pelo ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, que na ocasião afirmou que a bravura dos nacionalistas vai estar sempre guardada na memória dos angolanos.
Na província mais ao norte do país, Cabinda, o acto foi assinalado ontem com a deposição de uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, no cemitério municipal, pelo vice-governador para a área Política e Social. Na ocasião, Alberto Paca, disse que o acto tinha um elevado significado patriótico. O mesmo, acrescentou, serviu para reconhecer os feitos daqueles que de forma consciente se bateram para que a ocupação colonial chegasse ao fim.
A data, ressaltou Alberto Paca, impulsionou a conquista da Independência Nacional a 11 de Novembro de 1975. Alberto Paca disse que para reconhecer e homenagear os combatentes, o Governo está a reconstruir o país e a valorizar as figuras históricas.
Alberto Paca pediu aos historiadores e aos estudiosos para passarem a mensagem à juventude. “Escrever a História de Angola é identificar as figuras e os locais históricos para que a actual e as futuras gerações possam ter conhecimento”, considerou Alberto Paca.
Associação Literária e Cultural de Angola destacou o papel desempenhado pelos escritores angolanos durante o processo de libertação nacional que pôs fim ao regime colonial português