Papa e Recep Erdogan falam de estabilidade
O Papa Francisco e o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defenderam ontem a “necessidade de promover a paz e a estabilidade” no Médio Oriente e de se respeitar os direitos humanos, anunciou ontem a Santa Sé.
Erdogan, o primeiro Presidente turco a visitar o Vaticano em quase 60 anos, foi recebido ontem de manhã pelo líder da Igreja Católica, num encontro que foi muito focado no estatuto da cidade de Jerusalém e a necessidade de impulsionar a paz na região.
O Papa e Erdogan sublinharam a “necessidade de promover a paz e a estabilidade na região através do diálogo e da negociação, e com respeito pelos direitos humanos e a legalidade internacional”, segundo um comunicado divulgado pelo Vaticano após a reunião, que durou 50 minutos, mais do que o habitual, já que este tipo de encontros costuma demorar cerca de meia hora.
O tema do Médio Oriente já tinha sido abordado pelos dois numa conversa telefónica e surge depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter reconhecido a Cidade Santa como capital de Israel, rompendo o consenso internacional que existia sobre esta cidade, disputada por israelitas e palestinianos.
Numa entrevista ao diário italiano “La Stampa”, o Chefe de Estado turco considerou que a iniciativa de Trump é “contrária à lei internacional” e disse concordar com o Papa na defesa do ‘status quo’ de Jerusalém, algo que pretendem preservar.
Durante o encontro, também foram abordadas as relações entre a Turquia e a Santa Sé, que em 2015 ficaram abaladas depois de Francisco ter aludido ao “genocídio arménio” e à situação geral do país e da comunidade de católicos que lá vive. Sobre a mesa esteve também “o compromisso de acolher numerosos imigrantes” por parte da Turquia, que recebe muitas pessoas que fogem da guerra em países vizinhos, como a Síria, e que são acolhidas em território turco no âmbito dos acordos com a União Europeia.