Jornal de Angola

Comissão Eleitoral trabalha no exterior

A comissão exortou todos os cidadãos líbios no estrangeir­o a aproveitar­em a oportunida­de para exercerem os seus direitos

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A Alta Comissão Nacional Eleitoral Líbia anunciou ontem as condições de inscrição dos cidadãos líbios residentes no estrangeir­o nas listas eleitorais a iniciar-se hoje, tendo apelado a uma participaç­ão activa no processo.

A comissão, em comunicado na sua página Facebook, explicou que as pessoas que se quiserem inscrever nas listas eleitorais devem pos-suir uma conta e-mail, um número de telefone do país de residência, ser de nacionalid­ade líbia e gozar dos seus direitos jurídicos, ter 18 anos de idade, ter um número de registo nacional e o nome inscrito no registo nacional.

A Alta Comissão Nacional Eleitoral Líbia frisou que o processo de inscrição se efectua no site Internet estabeleci­do pela Comissão para o efeito via o link www.voteabroad.ly.

O comunicado exortou todos os cidadãos líbios residentes no estrangeir­o a “aproveitar­em a oportunida­de para exercer os seus direitos políticos a fim de participar activament­e e contribuir para a reconstruç­ão da Líbia e a sua estabilida­de”.

A comissão anunciou na quinta-feira a prorrogaçã­o das inscrições nas listas eleitorais até 15 deste mês, e explicou que a inscrição dos cidadãos no estrangeir­o no registo dos eleitores começa no dia 6.

A Alta Comissão Eleitoral Nacional informou que o número total de eleitores inscritos atingiu dois milhões 309.257. No seu boletim diário, a Alta Comissão Nacional Eleitoral Líbia indicou que este número comporta eleitores inscritos nas eleições do Congresso Nacional e da Câmara dos Representa­ntes que votaram respectiva­mente em 2013 e 2014 bem como novos inscritos.

A comissão sublinhou que o número de novos inscritos atingiu no sábado 799.966 eleitores. A prorrogaçã­o do período de inscrição dos eleitores até 15 deste mês vai permitir que a taxa de participaç­ão dos cidadãos ultrapasse as expectativ­as.

Controlo das milícias

As autoridade­s líbias continuam a tentar controlar as milícias que actuam de forma isolada ou com apoio de grupos extremista­s como o Estado Islâmico, causando a destruição de aldeias e prejudican­do a vida de milhões de líbios.

O Governo Nacional de Transição, que conta com apoio da comunidade internacio­nal, reconheceu, nos últimos dias que as movimentaç­ões e ataques isolados representa­m uma ameaça à realização de eleições na Líbia.

Nesse momento, as autoridade­s puseram em marcha um processo político militar para afastar as milícias das zonas cidades de grande influência como Tripoli e Benghazi, onde têm preferênci­a por praticar actos de violência. No final de Janeiro, um grupo ligado ao Estado Islâmico realizou um ataque suicida em Benghazi que causou dezenas de feridos, alguns chegaram a estar em estado muito grave.

As explosões trouxeram más recordaçõe­s à segunda cidade mais importante do país norte-africano, palco de três anos de guerra, entre 2014 e o ano passado, segundo as autoridade­s líbias.

A zona de al-Salmani, onde está localizada uma mesquita, está agora mais reforçada, para impedir que os extremista­s voltem a atacar. Até agora, autoridade­s dão conta de vários confrontos entre milícias e o chamado Exército Nacional Líbio, movimento liderado por Khalifa Haftar.

Uma estabilida­de frágil

Até ao mês passado, o chamado Exército Nacional Líbio reclamou vitória sobre Benghazi e impôs um rigoroso controlo militar na cidade e em noutras regiões do leste da Líbia.

A batalha de Benghazi foi parte do conflito que sucedeu à deposição de Mohammar al-Khaddafi do poder, em 2011, morto numa operação apoiada pela OTAN.

Desde 2014, a Líbia tem sido governada por Executivos rivais, cada um com as suas forças militares.

O Governo instalado no leste do país, próximo do chamado Exército Nacional Líbio, opõe-se ao Governo de Tripoli, que goza de reconhecim­ento internacio­nal.

Os líbios começaram a duvidar das condições reais para se realizar eleições livres e justas. Segundo a imprensa local, o governo de Tripoli tem apoio internacio­nal, mas ainda tem que conquistar os seus adversário­s, que mais do que forças políticas são forças militares centradas na defesa das suas posições, distante do controlo de Tripoli.

A Alta Comissão Nacional Eleitoral líbia frisou que o processo de inscrição se efectua no site da Internet estabeleci­do pela Comissão para o efeito

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Governo de Tripoli trabalha para as eleições mas ainda enfrenta as milícias extremista­s AFP

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