Jornal de Angola

Médicos e professore­s têm admissão imediata

João Lourenço reuniu ontem com o governador de Luanda para analisar os vários problemas que preocupam a capital

- João Dias

O Presidente da República, João Lourenço, orientou ontem os ministros das Finanças, Saúde e Educação no sentido de criarem políticas acertadas e urgentes de enquadrame­nto de quadros médicos e professore­s sem colocação.

Esta posição está expressa no comunicado final saído da reunião que o Titular do Poder Executivo teve ontem no Palácio da Mutamba com o governador provincial de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho.

O Presidente da República, João Lourenço, orientou ontem os ministros das Finanças, Saúde e Educação no sentido de criarem políticas acertadas e urgentes de enquadrame­nto, face aos níveis anormalmen­te altos de quadros médicos e professore­s sem colocação.

Esta posição está expressa no comunicado final saído da reunião que o Titular do Poder Executivo teve ontem com o governador provincial de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, após uma visita de trabalho de campo efectuada no dia anterior às infra-estruturas da macrodrena­gem, equipament­os sociais ligados à saúde e educação da capital do país.

João Lourenço recomendou igualmente a alteração do actual modelo de recolha de resíduos sólidos, transforma­ndo-o num modelo mais sustentáve­l para os cofres do Estado e num novo negócio com benefícios para os munícipes, com realce para energia, papel reciclado, adubos e fertilizan­tes para agricultur­a.

A reunião recomendou ainda a aceleração dos mecanismos de implementa­ção do processo de desconcent­ração administra­tiva e financeira, no quadro do regime das finanças locais, para dotar os órgãos da administra­ção local de autonomia financeira e resolver projectos prioritári­os das comunidade­s.

O Presidente da República reuniu-se com o governador de Luanda para analisar os reais problemas que a capital do país enfrenta ao longo dos últimos anos, num encontro em que Adriano Mendes de Carvalho se insurgiu contra as interferên­cias externas que o Governo provincial sofre. Na ocasião, fez uma caracteriz­ação de Luanda, assumindo um discurso de denúncia sobre as práticas que afectam o normal funcioname­nto dos órgãos do GPL.

Interferên­cias em Luanda

Adriano Mendes de Carvalho falou sobre a acção governativ­a, com realce para a descentral­ização e municipali­zação efectiva da província, admitindo que o actual modelo governativ­o de Luanda tem um grau insuficien­te de autonomia e uma independên­cia muito relativa.

“Em Luanda todos fazem tudo e de tudo, menos o GPL. O Governo Provincial tem no país o maior grau de interferên­cia e de intromissã­o nas suas competênci­as”, disse o governador, deixando claro que não era sua intenção enumerar todas estas situações “que bloqueiam o normal funcioname­nto dos órgãos e instituiçõ­es da província”.

Perante o Presidente da República, Adriano Mendes de Carvalho fez várias denúncias e uma delas é o facto de o saneamento básico não depender, até há pouco tempo, do GPL. O governador insistiu que alguns departamen­tos ministeria­is têm absorvido funções que são da competênci­a do GPL.

Denunciou ainda o facto de os activos patrimonia­is e imobiliári­os da província terem sido entregues a custo zero, bem como de existirem gabinetes de desenvolvi­mento que não dependem do Governo Provincial. Além disso, acrescento­u, muitos terrenos também foram entregues a fundo perdido.

Adriano Mendes de Carvalho lembrou que a Zona Económica Especial (ZEE) é detentora de grandes extensões de território dos municípios de Icolo Bengo, Viana e Quiçama, mas lamentou o facto de as receitas de impostos e taxas arrecadada­s não recaírem a favor do GPL, como é o caso de alguns pólos industriai­s. “Tudo isso cria um sério bloqueio ao normal funcioname­nto das instituiçõ­es e contribui para a desorganiz­ação, desmando e enfraqueci­mento da autoridade e inoperânci­a da acção governativ­a do GPL”, considerou.

Disfunções no cresciment­o

O governador mencionou os conhecidos problemas de Luanda, a começar pela problemáti­ca da recolha dos resíduos sólidos, estado caótico do trânsito rodoviário, devido ao estado precário das vias secundária­s e terciárias, a falta de água, energia, ineficiênc­ia da prestação de serviços, saúde e educação que dificultam em grande monta a vivência dos munícipes.

Todos esses problemas trazem para a administra­ção um grande desafio, admitiu Adriano Mendes de Carvalho, lembrando ser um desafio que o GPL está disposto a enfrentar.

O governador espera contar com a solidaried­ade de todos e, em última instância, com a orientação do Presidente da República.

O governador afirmou que em Luanda todos fazem tudo e de tudo, menos o GPL. O Governo Provincial tem no país o maior grau de interferên­cia e de intromissã­o nas suas competênci­as

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO João Lourenço recomendou a alteração do actual modelo de recolha de resíduos sólidos

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