Grupos de operações têm apoio americano
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Semeh Shukri, agradeceu o apoio na luta contra o terrorismo
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, garantiu ontem apoio ao Egipto no combate ao terrorismo, durante um encontro com o homólogo egípcio Semeh Shukri.
Em conferência de imprensa conjunta no final da reunião, no Cairo, Tillerson assegurou que os Estados Unidos estão ao lado do Egipto na luta antiterrorista, tanto naquele país, como em todo o Médio Oriente, para alcançar a estabilidade na zona.
“Existe um firme compromisso conjunto para derrotar o Estado Islâmico na região e no Egipto especialmente”, sublinhou o responsável norte-americano, que visita o Cairo no momento em que o Exército egípcio desenvolve uma ampla operação contra “focos terroristas” centrada sobre a península do Sinai, onde está o reduto egípcio do Estado Islâmico.
O secretário de Estado norte-americano assinalou que o apoio económico de Washington - 1.300 milhões de dólares (1.059 milhões de euros) ao ano “melhorando as capacidades” do Egipto para fazer frente a este fenómeno, apesar de ter havido uma retenção de 290,7 milhões de dólares (237,6 milhões de euros) em ajuda económica e militar ao país no verão de 2017 devido à situação dos direitos humanos e da democracia no país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Semeh Shukri, agradeceu o apoio na luta contra o terrorismo, mas também “nas dimensões política e do diálogo inter-religioso”, destacando a operação militar que começou na sexta-feira como mostra de que o país pode “defender-se a si mesmo” diante das ameaças.
Tillerson, que chegou na noite de domingo na capital egípcia na sua primeira viagem ao país, reúne-se ontem com o Presidente egípcio, Abdel Fatth al-Sisi, antes de seguir para o Kuwait.
No Koweit, Tillerson assiste a conferência internacional de doadores para a reconstrução do Iraque e participa numa reunião de ministros da coligação internacional contra o Estado Islâmico.
A viagem do secretário de Estado norte-americano ao Médio Oriente inclui também visitas à Jordânia, Líbano e Turquia.
Morte de rebeldes
As Forças Armadas egípcios anunciaram ontem a morte de 12 terroristas e a detenção de 92 suspeitos no Sinai, noroeste do país, na sequência da operação de segurança que começou na sexta-feira.
Desde o início da campanha militar morreram 28 alegados terroristas e no total, desde o final da semana passada, 126 pessoas foram presas, segundo os comunicados que foram difundidos pelo porta-voz do Exército, Tamer al Refai.
O Governo egípcio garantiu que está em boas condições de travar o crescimento de grupos terroristas na região do Sinar e de impedir que o Estado Islâmico crie bolsas de resistência no país e noutros países vizinhos, desde que tenha um grande apoio logístico e militar dos Estados Unidos e da Organização das Nações Unidas
As informações das Forças Armadas não especificam eventuais baixas militares ou civis.
O Serviço de Informação do Estado referiu ontem que os “meios de comunicação estrangeiros só podem usar como única fonte” os comunicados oficiais do Exército e do Ministério do Interior.
A operação foi lançada a 15 dias do começo da campanha eleitoral para as presidenciais egípcias agendadas para os dias 26, 27 e 28 de Fevereiro em que se candidata o actual Presidente, o antigo marechal Abdelfatah al Sisi.
O Exército mantém posições no norte do Sinal contra o grupo armado ligado aos radicais do Estado Islâmico, desde finais de 2014.