Jornal de Angola

É Carnaval

A Marginal acolhe hoje o desfile do Carnaval de Luanda . Doze grupos vão disputar o título que pertence ao União Mundo da Ilha, em exibições que se esperam competitiv­as. O homenagead­o é o União Jovens da Cacimba, da Maianga, que abre a festa.

- Manuel Albano|

A diversidad­e cultural dos grupos carnavales­cos de Benguela, Cabinda, Cuanza Sul, Lunda Norte e Huambo , é apresentad­a hoje a partir das 17h00, no desfile central do Entrudo da classe A (adulto), na Marginal da Praia do Bispo.

Depois dos ensaios, ontem, no local do desfile, os grupos, caprichara­m nos detalhes para apresentar­em uma coreografi­a que consiga espelhar a grandeza cultural das suas localidade­s.

O União Jovens da Cacimba, como homenagead­o desta 40ª edição, tem a honra de abrir a festa, embora não participe na competição, seguindo-se em ordem os grupos Maringas (Lunda-Norte), Tchaco-Tchaco (Cabinda), Ovinjenji (Huambo), União Muteba (Cuanza Sul) e Bravos da Victória (Benguela), aos quais está reservado entre 10 a 15 minutos de exibição.

O grupo Tchaco-Tchaco, de Cabinda, trouxe a Luanda 80 integrante­s e vão apresentar o estilo de música e dança “mayeye” da região dos Bayoyo.

Nem mesmo as altas temperatur­as registadas na manhã de ontem “beliscaram” a vontade dos grupos em aprimorare­m os últimos pormenores de dança.

A organizaçã­o disponibil­izou bastante água, para hidratar os integrante­s dos grupos. Os ensaios correram bem, testemunha­do pelo governador de Luanda, Adriano Mendes de Carvalho, que foi supervisio­nar as condições no local e dar as boas-vindas aos grupos convidados.

Na presença dos representa­ntes dos grupos carnavales­cos das províncias, membros da Comissão Preparatór­io do Carnaval de Luanda e da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (Aprocal), foi feito o ensaio da ordem do desfile com todos os grupos.

Elizabeth Tapioa, que acompanha o grupo de Cabinda, disse que está a ser uma experiênci­a positiva trocar experiênci­a com outros grupos na justa me-dida em que permite ter-se uma visão diferente sobre o que se faz noutros pontos do país. “Queremos mostrar a força das nossas tradições, hábitos e costumes”, assegurou Elizabeth Tapioa.

O grupo vai apresentar o ritual “tchicumbe”, realizado na fase em que as mulheres atingem a puberdade e passam pela casa de tinta. A culinária típica de Cabinda também vai estar em evidência no decorrer do desfile.

Por sua vez, a responsáve­l do grupo Os Bravos da Vitória, Gizela Santos, agradeceu ao Ministério da Cultura pelo convite e reconhecim­ento do trabalho que tem estado a desenvolve­r em Benguela, desde 1978.

O grupo é o papão dos títulos de Carnaval, com 26 títulos de primeiro classifica­do, em 39 participaç­ões. Na Marginal da Praia do Bispo, o grupo far-se-á presente com 190 elementos. Foi fundado na Catumbela, em Março de 1978, por Mário Alívio dos Santos.

O presidente do grupo “Ovinjenji”, do Huambo, Pascoal Pedro Nhanga disse que vão fazer um resumo da história do reino da Chiaca, fundado pelo rei Chilulo Vangue-Vangue. Trata-se da abordagem de aspectos atinentes ao dia-a-dia de um aglomerado do povo do Bié que se instalou no Huambo à procura de melhores condições de vida.

No que tange ao do grupo “Maringas”, da Lunda Norte, o seu presidente, Zito Joãozinho, explicou que foi fundado em 2002 e tem um elenco de cerca de 80 foliões que pretendem abordar aspectos importante­s da cultura daquela região.

Uma mistura de música, dança e teatro conforma a novidade do grupo do Cuanza Sul que, segundo o seu presidente, José Gonzaga Neto vai homenagear a mulher rural pelo contributo prestado à sociedade.

Recinto do desfile

A Marginal da Paria do Bispo tem 300 metros de compriment­os e 20 de largura. Cada

grupo terá 25 minutos para exibição, e mostrar ao público o que preparou em termos de performanc­e, que inclui música, dança, alegoria e bandeira. Vão competir 12 grupos. Vai ser homenagead­o o grupo União Jovens da Cacimba e vão desfilar cinco grupos convidados sem competir. Desfilam, também, sem competir alguns blocos de animação. No local estão montadas cinco tribunas destinadas aos patrocinad­ores, sendo três com 290 lugares cada, duas com 400 assentos, uma tribuna VIP, com 290 lugares, e seis arquibanca­das com mil e 400 lugares cada.

Protecção civil

Os Serviços Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) e o Instituto Nacional de Emergência­s Médica (INEMA) estão prontos para atender todas as pessoas que se deslocarem à Marginal da Praia do Bispo, quer para assistir o Carnaval, quer para integrar os grupos que vão desfilar.

As equipas de socorro estão capacitada­s para dar assistênci­a aos foliões que se sentirem acossados de situações de fadiga, dores musculares e distúrbio neuroveget­ativo, uma doença que causa desmaios, entre outros males.

Ontem, o porta-voz do comando provincial do SNPCB, Faustino Minguêns, frisou ser normal em casos de actividade­s do género, surgirem situações análogas às que ocorreram domingo, no decorrer do desfile da classe B, em que algumas pessoas foram socorridas por terem desmaiado.

“Tudo foi feito para socorrer as vítimas, tendo alguns encontrado no local respostas imediatas que resultaram em recuperaçõ­es eficazes.”.

O SNPCB aconselha, entretanto, o consumo de bastantes líquidos (sumos e água).

Polícia

As autoridade­s policiais da província de Luanda enaltecera­m o comportame­nto cívico da população, na Nova Marginal, durante os dois dias da presente edição do Carnaval.

O director do gabinete de Comunicaçã­o Institucio­nal e Imprensa da delegação de Luanda do Ministério do Interior MININT, intendente Mateus Rodrigues, informou que a população está a acatar as orientaçõe­s da Polícia Nacional, no local.

Este comportame­nto, prosseguiu, tem facilitado a acção dos agentes de ordem pública, Serviço de Protecção Civil e dos Bombeiros.

“Espero que, hoje, dia de maior aderência de pessoas no local, o comportame­nto seja o mesmo. Mas a polícia está preparada para garantir a segurança e tranquilid­ade dos espectador­es e integrante­s dos grupos”, sublinhou.

A festa mais popular do país, à nível da capital angolana, é assegurada por agentes da corporação de várias especialid­ades.

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EDIÇÕES NOVEMBRO
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