Jovem lamenta discriminação por ter contraído tuberculose
Eduardo Vilombo, curado de uma tuberculose pulmonar durante o tratamento de nove meses, ainda assim continua a ser alvo do estigma separatista no convívio social.
Natural do Chitembo, o jovem de 28 anos que reside no bairro Cambulucuto, no Cuito, capital do Bié, contou ao Jornal de Angola a sua história, que narra como uma "discriminação injusta" imposta por alguns amigos e familiares.
Pedreiro de profissão até à data do seu diagnóstico patológico em Outubro de 2016, hoje Eduardo Vilombo procura a sua inserção, desenvolvendo actividade de moto-táxi.
Eduardo Vilombo descreve que no seu quotidiano doméstico e de trabalho ouve constantemente murmúrios.
Expressões como “todo o cuidado é pouco, a tuberculose não sara na totalidade tem possibilidades de retornar” são frases que oiço “e me colocam em situações desagradáveis”.
Eduardo Vilombo disse que na casa onde vive com o tio, ainda conserva a condição de convalescente com os seus bens como pratos, talheres e roupa separados dos demais membros do agregado familiar em que está inserido.
“Apesar disso, procuro socializar-me como qualquer outra pessoa, seguir a minha vida que há muito é condicionada por conta da doença”, desabafou.
Para preservar o seu estado de saúde, Eduardo Vilombo disse que deixou de fazer o uso de bebidas alcoólicas, cigarros e outras substâncias prejudiciais, procurando somente uma boa alimentação e repouso, conforme recomendação médica.
Os serviços de controlo das grandes endemias da Direcção Provincial da Saúde do Bié apontavam, até o final de Ja-neiro, 1.142 casos de tuberculose pulmonar. Deste número, 393 foram curados, 188 abandonaram o tratamento e 49 acabaram por falecer.