Ministro quer melhoria da imagem de Angola
Manuel Augusto procedeu à abertura da formação para embaixadores e chefes de missão diplomática
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, instou ontem os novos embaixadores a terem na linha da frente das suas agendas a melhoria da imagem do país na arena internacional para captação de investimento estrangeiro e estabelecimento de parcerias, que são necessárias à aceleração do desenvolvimento económico e social do país.
Manuel Augusto teceu estas considerações em Luanda no discurso de abertura do curso de formação e actualização para embaixadores e chefes de missões diplomáticas de Angola acreditados no exterior do país, dando início à implementação do estatuído no Despacho n.º 06/18, de 06 de Fevereiro, do ministro das Relações Exteriores que reconhece a “ingente necessidade de, no contexto da globalização das relações internacionais, garantir uma formação permanente e actualizada aos quadros”.
“Como altos representantes do Estado angolano no exterior, é nosso dever melhorar a imagem do país na arena internacional e contribuir activamente para uma maior captação do Investimento Estrangeiro”, defendeu o chefe da diplomacia angolana, que disse ser intenção do sector aumentar a presença do Estado junto das instâncias multilaterais, quer através de uma participação objectiva e actuante nos diversos eventos e negociações, quer por via da inserção de quadros angolanos nas diversas organizações internacionais.
Manuel Augusto disse que, desta forma, merecem também atenção do sector as relações com as empresas multinacionais, as organizações nãogovernamentais e outros actores transnacionais. “As matérias que serão ministradas neste e outros cursos que se seguirão reflectem as preocupações já expressas e conformam um pacote didáctico cientificamente adequado aos objectivos pretendidos”, assinalou o ministro, para quem matérias como Política Externa Angolana, Protocolo e Cerimonial Diplomáticos, Técnicas de Negociação Internacional, Informação e Análise, Gestão financeira e de recursos humanos, ética profissional, ajudam os diplomatas a representar Angola e seus interesses, sobretudo a personalidade e dignidade do cidadão angolano.
A propósito da formação, o ministro assinalou que, dada a complexidade e dinâmica do processo das relações internacionais, é preciso uma redobrada atenção e constante actualização de conhecimentos, que na sua opinião devem transformar-se em instrumentos capazes de ajudar a fazer face aos múltiplos desafios de um mundo onde as relações entre os Estados e entre outros sujeitos de Direito Internacional conhecem mutações raramente previsíveis.
Manuel Augusto considerou o Instituto Superior de Relações Internacionais “Venâncio de Moura” um parceiro fundamental para o aprimoramento de conhecimento e para a ascensão dos diplomatas angolanos aos mais altos patamares da diplomacia internacional.
Na ocasião, destacou a coincidência do início do curso com o dia em que se assinala o 42º aniversário da admissão de Angola na Organização de Unidade Africana (OUA), organização que antecedeu à actual União Africana. A admissão de Angola ocorreu a 12 de Fevereiro de 1976, em Addis Abeba, durante uma Cimeira da OUA.
O director-geral do Instituto Superior de Relações Internacionais, Alfredo Dombe, falou do papel que a instituição tem desempenhado nos últimos anos, lembrando que entre 2000 e 2011, realizou seis cursos de adidos diplomáticos, com um total de 104 formados e dois de relações consulares, com a participação de 59 funcionários. Foram ainda realizados dois cursos de práticas consular, com 55 participantes, um seminário de capacitação para embaixadores, três de protocolo e cerimonial com 63 participantes e dois cursos de marketings internacional, com 26 formados. Entre 2012 e 2017, foram capacitados 955 funcionários públicos, sendo 253 do Ministério das Relações Exteriores e 702 de outros ministérios.
Relações com as empresas multinacionais e organizações não-governamentais são outras apostas da diplomacia angolana