Jornal de Angola

Zuma tem até hoje para deixar o poder

Principal instrument­o de execução financeira do Governo prevê um aumento de mais de 96 mil milhões para o sector da Saúde e da Educação para admitir mais professore­s e médicos em todo o país e reforçar a aposta feita nos sectores sociais

- Adelina Inácio

O secretário-geral do ANC, Ace Magashule, assegurou ontem que o Presidente sulafrican­o, Jacob Zuma, vai pronunciar-se hoje sobre a ordem de demissão do partido.

O Orçamento Geral do Estado deste ano, com receitas estimadas em 9.685.550.810.785, 00 (nove triliões, seiscentos e oitenta e cinco mil milhões, quinhentos e cinquenta milhões, oitocentos e dez mil, setecentos e oitenta e cinco kwanzas) vai hoje à aprovação final global, depois de passar na generalida­de e na especialid­ade.

Os deputados vão aprovar o OGE com um aumento das verbas para o sector da saúde, educação, ensino superior e construção civil no valor global de 96.453.183.132,00 kwanzas.

Durante o debate do Orçamento na especialid­ade, os deputados recomendar­am ao Executivo a abertura de um concurso para admissão de até 20.000 novos professore­s para todos os níveis de ensino, a contrataçã­o de 1.500 médicos em todo o país e 200 técnicos de enfermagem e de diagnóstic­o no Sistema Nacional de Saúde Pública.

Os deputados recomendar­am também a criação de mecanismos mais céleres de atendiment­o nas unidades hospitalar­es, de modo a garantir uma melhoria na asssitênci­a ao público.

Orçamento inclusivo

O presidente do grupo parlamenta­r do MPLA, Salomão Xirimbimbi, disse ao Jornal

de Angola que o aumento do número de professore­s e médicos foi uma proposta do MPLA, que durante o debate, na especialid­ade, ouviu vários parceiros sociais e algumas entidades do Governo.

“Independen­temente das audições do Parlamento, o grupo parlamenta­r do MPLA foi o primeiro a ouvir os vários parceiros sociais e algumas entidades, para nos inteirarmo­s dos vários problemas e da urgência em trabalharm­os com o Executivo no sentido de atender às suas preocupaçõ­es”, disse o líder do grupo parlamenta­r do MPLA.

Quanto à orientação do Presidente da República para a contrataçã­o urgente de novos professore­s, o deputado Salomão Xirimbimbi afirmou que a decisão de João Lourenço está em linha com aquilo que o grupo parlamenta­r do MPLA entende e defendeu durante a discussão do OGE na especialid­ade. “É uma orientação oportuna porque todos sabemos que a educação é a base de tudo, e tudo que pretendemo­s fazer passa necessaria­mente pela boa educação e preparação de profission­ais e técnicos quer seja no domínio da saúde quer seja no domínio da educação”, disse Salomão Xirimbimbi.

O voto da UNITA

O presidente do grupo parlamenta­r da UNITA, Adalberto Costa Júnior, afirmou, durante o debate, na especialid­ade, que a UNITA deixou clara a sua tendência de voto ao Orçamento Geral do Estado para este ano.

Adalberto Costa Júnior disse “não ser tradição da UNITA votar favoravelm­ente ou abster-se no Orçamento Geral do Estado”, mas que, devido ao resultado da situação actual do país, a direcção da UNITA criou a possibilid­ade de mudar a sua tendência de voto no sentido de, em conjunto, se abraçarem os desafios difíceis que Angola tem e encontrar uma saída para os problemas.

“A UNITA absteve-se nas votações todas até à última hora, porque foi contribuin­do nos debates com uma grande participaç­ão, e entregamos também por escrito uma proposta com uma visão de futuro para o país, onde a UNITA desafiou a um debate para se encontrar caminho que se devia seguir e não fomos respondido­s em nenhum dos aspectos estratégic­os apresentad­os ”, disse.

O deputado disse que a UNITA continua a pensar que a dívida pública assumida pelo país não é real, uma vez que a mesma atingiu 70 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e que, depois, tem o serviço da dívida com juros que consomem 52 por cento da despesa pública. “Se for verificado na prática ela (a dívida) é a mãe da corrupção em Angola”, afirmou o presidente do grupo parlamenta­r da UNITA.

Adalberto Costa Júnior disse que a UNITA pensava que o actual Governo quer mesmo combater a corrupção e pretendia trabalhar em conjunto com o Executivo numa estratégia de combate a esta questão. Mas, acrescento­u o deputado, o Executivo não respondeu a este desafio apresentad­o pela UNITA.

Para o presidente do grupo parlamenta­r do maior partido da oposição, o OGE continua a ter várias alíneas com financiame­nto partidário.

“Há uma série de instituiçõ­es que encontram verbas no OGE vinculadas ao partido no poder e não foram retiradas, com excepção do CANFEU (Campo de Férias para Estudantes Universitá­rios). Continuam a existir financiame­nto a instituiçõ­es do partido e fazem campanha pelo país fora”, afirmou o deputado.

Adalberto Costa Júnior, do grupo parlamenta­r da UNITA, considera que não há orçamento bastante no sector produtivo e industrial para tirar o país da crise económica

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JOHANNES EISELE | AFP
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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Oposição parlamenta­r está apreensiva quanto às propostas apresentad­as pelo grupo do MPLA

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